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Foco imobiliário
Cenário favorável para o setor impulsiona investimento de FIPs em pequenas e médias construtoras

Com o setor imobiliário aquecido, até mesmo players que tradicionalmente não demonstravam interesse nesta seara começam a se mexer para garantir seu quinhão. É o caso da Verax Serviços Financeiros, gestora de recursos vinculada ao Banco Cruzeiro do Sul. Foi selada em dezembro uma parceria com Romeu Chap Chap, empresário com 50 anos de atuação no ramo imobiliário e ex-presidente do Secovi, o sindicato do setor. Para promover a estréia, está sendo estruturado um fundo de investimento em participações (FIP) que recebeu o nome de Fundo Chap Chap.

O propósito do empreendimento é financiar projetos de pequenas e médias construtoras que tenham expertise em determinados bairros da cidade de São Paulo. “Empresas menores são ágeis e têm mais conhecimento do seu universo de atuação do que os grandes grupos”, afirma Xandó, sócio da Verax. Trata-se do primeiro FIP aberto ao mercado da gestora, que é especialista em operações com fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs).

Na visão de Chap Chap, o capital de giro é a grande carência das empresas que não têm o porte necessário para chegar à bolsa. Por isso, o fundo se propõe a suprir esta necessidade atendendo a projetos que, sem a injeção dos recursos, teriam de ser repassados para concorrentes mais abonados. A expectativa é de que os investidores tenham retorno no prazo de sete a dez anos, após um aporte de, no mínimo, R$ 1 milhão.

Ao final da captação, que deve começar este mês, os gestores esperam contar com cerca de R$ 400 milhões em caixa. “A vantagem desse formato é a aplicação direta no empreendimento, sem o custo institucional do investimento através das empresas listadas na bolsa”, diz Xandó. Segundo ele, a pouca liquidez das cotas é compensada por ganhos mais polpudos no final do período de desinvestimento. Também serão estudadas possibilidades de negócios em outras cidades do País.

Segundo um estudo da Merrill Lynch divulgado em novembro, existe hoje no País um déficit habitacional de aproximadamente 8 milhões de moradias, e tudo indica que esta demanda vai continuar evoluindo. A pirâmide etária brasileira sinaliza que o grupo na faixa responsável pela maior procura de domicílios (pessoas com idade entre 30 e 55 anos) deve crescer dos atuais 33% para 36% da população até 2020.

No 4º Seminário de Mercado de Capitais promovido pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) no fim de novembro, o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Cyrela, Luis Largman, destacou o aumento do crédito e dos prazos dos financiamentos como vetores para o crescimento do setor. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, estendeu o prazo para empréstimos imobiliários de 20 para 30 anos.

Além do déficit quantitativo de moradias, Largman observou uma defasagem qualitativa no Brasil, medida pelo número de vezes que um cidadão muda de domicílio. No chamado G-7, grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo, muda-se de casa nove vezes, em média. No México, esse número cai para quatro e, por aqui, não se chega a duas mudanças. Ele também ressalta melhorias na condução dos empreendimentos que garantem mais confiabilidade aos investidores. “As companhias estão bem mais estruturadas e houve uma especialização para cada nicho de mercado”, diz Largman.

Venture capital promove inovação

Pesquisadores da Universidade de Tilburg, na Holanda, realizaram um estudo para medir o impacto dos fundos de venture capital nas estratégias de inovação das empresas. Como ponto de partida, foram analisadas mais de 7.800 instituições do país, algumas das quais receberam este tipo de capital. De acordo com os pesquisadores, o ingresso de venture capital contribui significativamente para avanços na área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

Uma razão refere-se ao perfil do investidor que realiza o aporte dos recursos. Verificou-se que a intensa dedicação desses players para gerar bons retornos contribuiria para direcionar — e melhorar — a estratégia de inovação das investidas, de modo a atingir os resultados desejados. Essa postura, segundo o estudo, traz não apenas um efeito positivo para os investimentos dos fundos, como um benefício permanente para as empresas, preservado mesmo após a saída do capitalista de risco.

Em contraposição, o estudo apontou que as instituições que receberam financiamentos de agentes do setor público não obtiveram os mesmos resultados. Apesar de não haver tanta pressão por parte dos investidores, o que poderia permitir uma estratégia de mais longo prazo, não foram constatados os mesmos avanços nas estruturas de P&D. Os pesquisadores concluem que, devido às razões apontadas, o venture capital pode ser benéfico não apenas para as empresas, mas também para o crescimento da economia de uma forma geral.


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