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Analistas divergem sobre perspectivas para venture capital
Daniel Malandrin, da KPMG, descarta a retomada imediata dos aportes. Leopoldo de Lima, da Questum, é mais otimista
Venture capital, Analistas divergem sobre perspectivas para venture capital, Capital Aberto

Cenário 1: Nada indica que a temporada de vacas magras terminará tão cedo para o mercado de venture capital. Os recursos comprometidos globalmente pelas gestoras do segmento somavam US$ 111 bilhões em setembro passado – menos da metade que os US$ 339 bilhões de 2021. Com pouco capital disponível para investimento, juros americanos custando a ceder e menor apetite para risco, os gestores estão cada vez mais seletivos na garimpagem de empresas. Diante do funil tão rigoroso, serão poucas as start-ups capazes de conseguir aportes.

Cenário 2: Ainda que os investimentos tenham diminuído consideravelmente em 2023 na América Latina, com queda de 50% no volume de investimentos captados e de 21% no número de rodadas em relação a 2022, o Brasil foi o principal destino de recursos de 2023, com 58% dos aportes em start-ups, realizados por  investidores atraídos sobretudo pelo potencial de inovação tecnológica das empresas do país. A partir de agora, o mercado brasileiro de venture capital deve ganhar mais força, graças à estabilização da economia e ao aumento previsto de recursos disponíveis na praça com o desinvestimento de fundos.

As visões tão contrastantes são de dois analistas ouvidos pela Capital Aberto. O primeiro cenário, mais desanimador, é traçado por Daniel Malandrin, sócio-líder de Venture  Capital & Innovation da KPMG do Brasil. A perspectiva otimista é de Leopoldo de Lima, sócio da Questum, assessoria especializada em M&As e investimentos em start-ups.


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Daniel Malandrin, sócio-lider de Venture Capital & Innovation da KPMG do Brasil
Daniel Malandrin, sócio-lider de Venture Capital & Innovation da KPMG do Brasil

Na avaliação de Malandrin, o comunicado de ontem (31) do Fed deixou claro que os juros americanos não vão cair tão cedo. “Grande parte dos recursos alocados nos fundos de venture capital brasileiros vem dos Estados Unidos, onde os juros anuais antes de até 0,5% estão na casa de 5%” , diz. “Isso leva famílias e outros investidores, considerando o risco e retorno, a alocar recursos em títulos de dez anos do Tesouro Americano”.

Diante da situação, abalados pela redução do apetite para risco, os fundos de venture capital  “ficam com menos dinheiro”. E, no entender de Malandrin, nada indica que uma reviravolta virá tão cedo: “Não há indícios que num curto período de tempo voltemos a ter aquele capital amplamente disponível.”

Para completar o quadro, argumenta Malandrin, os juros altos também ajudam a derrubar o valuation das empresas já investidas, comprometendo o rendimento dos fundos.  Pelo raciocínio, ao desvalorizar empresas de ações na bolsa, os juros elevados acabam também afetando, em efeito cascata, o mercado de private equity e venture capital. “Isso cria uma percepção de preços para diferentes investimentos privados”, afirma o especialista da KPMG. 

Leopoldo Lima, sócio da Questum
Leopoldo Lima, sócio da Questum

Já Lima acredita que a retomada dos IPOs no Brasil, prevista por muitos analistas, deve incentivar o investimento de fundos na participação em empresas no país. “Existem duas grandes janelas de saída para o private equity: IPO ou aquisições por outras empresas”, diz. “Depois de dois anos sem IPO, a gente volta essa ter alternativa de saída”. E acrescenta: “É mais capital no mercado,  com empresas capitalizadas que vão, em algum momento, fazer também seus movimentos de consolidação e aquisições”. 

Setores

Mesmo com opiniões divergentes, pelo menos em uma coisa os dois analistas concordam: as fintechs devem continuar entre as preferidas dos investidores. Segundo relatório da Questum, entre 2019 e 2013,  o segmento liderou os investimentos de fundos de venture capital em startups da América Latina, com US$ 13 bilhões em aportes e 1156 operações. “Todo aquele spread bancário cobrado criou uma grande oportunidade para empreendedores que, com a tecnologia, desenvolveram  novas soluções como alternativas aos grandes bancos”, diz Malandrin. 

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Na opinião da dupla, as retailtechs também continuarão com destaque. Atualmente o segmento é o segundo colocado no ranking latino-americano, com US$ 5,8 bilhões de investimentos e 465 operações.

A lista de Lima, da Questum, inclui ainda healthtechs e agtechs, por conta da grande participação do setor de saúde e do agronegócio no PIB brasileiro. Segundo ele, novos setores também começam a chamar a atenção de investidores, como traveltechs (pela força do turismo), energytechs (pela busca de energia sustentável) e start-ups com foco em inteligência artificial ou biotecnologia.


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