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Combustível farto
Sequência de descobertas sobre reservas de gás faz disparar as ações da EBX
, Combustível farto, Capital Aberto

O tempo é bom para as ações de energia elétrica. Do início do ano até 26 de julho, o IEE, índice que reflete o andamento dos papéis do setor na BM&FBovespa, valorizou 8,2%, opondo-se com louvor à queda de 14,4% do Ibovespa em igual período. Mas impressionante mesmo foi o comportamento das ações da MPX, a geradora de energia oriunda de gás e carvão do grupo EBX. Elas esbanjaram uma valorização de nada menos que 50,5% até essa data.

O feito se deve à comprovação do alto potencial das reservas de gás natural no Brasil e de carvão mineral na Colômbia. Essas preciosidades garantem não só a viabilidade operacional das usinas termelétricas da MPX, como também a venda do excedente no mercado de energia.

Em abril, uma consultoria internacional de petróleo afirmou que o total de gás natural descoberto em blocos terrestres na Bacia do Parnaíba (Maranhão) era mais que suficiente para suprir os projetos de geração de energia da MPX na região, estimados em 4 gigawatts (GW). A exploração da jazida é feita pela MPX em conjunto com a OGX, empresa de petróleo e gás do grupo EBX. O gás encontrado vai abastecer a termelétrica de Energia Pecém (Ceará), prevista para entrar em operação nos próximos meses com contratos de venda de energia assegurados.

E haja gás para tantos projetos. Em junho, a MPX adquiriu do grupo Bertin três licenças de usinas termelétricas, que serão construídas no complexo termelétrico de Parnaíba. Em 2012, a expectativa é iniciar as obras da usina de Pecém II e, nos anos seguintes, instalar uma termelétrica no Chile. O portfólio de empreendimentos de geração térmica da MPX está em torno de 12 GW de capacidade, e esse potencial só tende a aumentar.

A exploração das minas de carvão colombianas começa em 2012. Os recursos potenciais estimados são de mais de 4 bilhões de toneladas, segundo o presidente e diretor de relações com investidores da MPX, Eduardo Karrer. O volume surpreendeu positivamente o mercado. “O fluxo de notícias foi muito bom para a MPX”, diz o analista de energia da corretora Planner, Rafael Andreata. Além de garantir o abastecimento de carvão da usina de Itaqui (Maranhão), as descobertas no país vizinho também propiciarão excedente de combustível que será vendido para outras usinas térmicas tanto dentro quanto fora do Brasil, observa o analista.

Diante desse cenário, afirma Andreatta, a demanda por combustível termelétrico parece assegurada no País. Espera-se um atraso nas grandes obras de usinas geradoras de energia nos próximos anos e, portanto, para garantir o abastecimento nacional, será preciso ligar as térmicas. “São fontes mais caras, e a MPX será uma das grandes fornecedoras.”

A Fundamento Asset Management, gestora com foco em investimentos de longo prazo em renda variável, acredita que a valorização da MPX ocorrerá não só nos próximos meses, mas durante um longo espaço de tempo. “Nosso preço-alvo está bem acima da média do mercado”, comenta Guilherme Russo, analista da Fundamento, sem revelar sua projeção. No fim do primeiro semestre, a gestora possuía cerca de R$ 3 milhões em ações da MPX no seu portfólio de investimentos. “Quando as receitas dos novos projetos se concretizarem, a ação deve subir bastante”, observa. Boa parte das análises de mercado, segundo ele, considera apenas o retorno dos projetos das usinas termelétricas de Itaqui e Pecém. “No momento em que for feita a abertura de capital da mina da Colômbia, a valorização será ainda maior”, prevê.

O entusiasmo da equipe de análise do HSBC é com a compra das licenças de construção de usinas do grupo Bertin, que serão convertidas em termelétricas no Maranhão. Essas usinas já têm acordos que garantem a venda de energia, o que facilita a projeção de resultados da MPX.

Em junho, a companhia anunciou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures conversíveis em ações, que pode chegar a R$ 1,3 bilhão caso os acionistas minoritários decidam participar da oferta. O BNDESPar, braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi o grande comprador desses títulos, adquirindo R$ 600 milhões. A Gávea Investimentos e Eike Batista, controlador do grupo EBX, aportaram R$ 200 milhões cada. Os minoritários tinham até o dia 25 de julho para exercer seu direito de preferência na subscrição das debêntures.

Para o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora, a obtenção desse financiamento é mais uma prova de que a MPX tem condições de colocar seus planos em prática. Mas tamanha empolgação com os papéis da empresa também tem limite. “Paramos de recomendar (a compra), porque o preço atual reflete em grande parte a estimativa”, admite Corrêa. Até o fechamento desta edição, o preço-alvo da corretora para o papel da companhia estava sob revisão, por causa da proximidade do valor atual com o antigo preço-alvo, de R$ 40 para dezembro deste ano.


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