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A lógica das fusões e aquisições
Benefícios pessoais estimulam gestores a promover essas operações
  • Flavio Málaga
  • outubro 1, 2008
  • Gestão de Recursos, Artigos, Temas, Edição 62
  • . Ambev, Agra

Diversos estudos apontam que, de forma geral, as aquisições acabam transferindo riqueza dos acionistas das empresas adquirentes para os das empresas adquiridas. Em outras palavras, a informação do mercado e dos balanços é de que o preço pago pelas aquisições está em um patamar que não viabilizaria retornos financeiros acima do custo de capital dos investidores. Dessa forma, se a busca por resultados financeiros não seria o direcionador das fusões e aquisições, quais outras motivações poderiam influenciar a decisão dos executivos de engajar suas empresas em tais atividades? Qual seria a lógica das fusões e aquisições?

A teoria de finanças define que os gestores tomam decisões de investimento visando ou o aumento da riqueza de seus acionistas ou benefícios próprios. As motivações para as fusões e aquisições podem ser vistas da mesma forma: objetivam uma melhora financeira da empresa ou, primordialmente, o bem-estar dos gestores.

O comportamento de massa seria uma das principais motivações para os executivos adquirirem outras empresas. Em um mercado pujante de compra de ativos, os gestores não conseguiriam lidar psicologicamente com as ondas de aquisições, principalmente nos setores de atuação de suas empresas. Essa busca frenética e simultânea seria a responsável pelos ágios pagos aos acionistas das empresas-alvo e, assim, pelos baixos retornos auferidos pelos acionistas das empresas adquirentes.

Uma outra razão para as aquisições é a valorização do mercado acionário e a assimetria informacional entre gestores e investidores. Os gestores, tendo suas percepções do valor intrínseco da empresa, e sendo esta percepção de valor inferior àquela imposta pelo mercado, envolvem suas empresas em aquisições, pagando por elas com ações da própria empresa, no intuito de aumentar a riqueza de seus acionistas. Dessa forma, o pagamento das aquisições através de emissões ou troca de ações teria maior probabilidade de ocorrer nas altas do mercado acionário. Mesmo assim, a alta do mercado faria com que os gestores pagassem caro pelas empresas adquiridas, derrubando o valor de suas empresas após cada evento, ou dificultando o alcance de resultados financeiros satisfatórios.

A busca por força e posicionamento de mercado seria outro estímulo às fusões e aquisições. Segundo a teoria do monopólio, essas operações seriam um dos instrumentos utilizados pelos gestores para melhorar o posicionamento e a força de mercado de suas empresas aos olhos de clientes, fornecedores e funcionários, por exemplo. Essa força e a eventual criação de um monopólio ou oligopólio permitiriam aos produtores extrair e manter uma maior parte do lucro da cadeia e do setor.

Os choques setoriais também direcionariam os executivos para as fusões e aquisições. As perturbações econômicas causadas por esses choques disparariam as ondas de fusões e aquisições a partir do momento em que se tornaria mais barato comprar do que desenvolver internamente, sendo que as aquisições poderiam ser vistas, de forma simplificada, como uma ramificação da decisão de comprar. Estes choques setoriais decorreriam de mudanças não esperadas na demanda, na tecnologia disponível, nos movimentos do mercado de capitais e nas barreiras de entrada setoriais.

O comportamento de massa é uma das razões para executivos adquirirem empresas, pagarem ágios elevados e gerarem retornos medíocres

Outra motivação seria a busca por crescimento. As empresas têm a escolha de alcançar esse objetivo fomentando uma expansão gerada internamente ou através de fusões e aquisições. O crescimento apenas dentro de casa pode ser um processo lento e incerto, enquanto que aquele gerado através de aquisições seria mais rápido, mas carregaria consigo incertezas de outras naturezas. Numa época em que os gestores estão sob constante pressão para demonstrar potencial de crescimento em suas empresas, as aquisições seriam o meio mais rápido para se alcançar tal objetivo.

A lógica das fusões e aquisições é que elas deveriam trazer benefícios que os acionistas não conseguiriam alcançar por conta própria, e a sinergia decorrente das aquisições é constantemente utilizada como motivação para essas atividades. Nas aquisições, a sinergia se refletiria na habilidade da nova empresa de apresentar uma lucratividade superior àquela resultante da soma da lucratividade das partes individuais. Atividades que impactam diretamente na capacidade de crescimento da empresa e têm na velocidade de execução seu fator crítico de sucesso, como as de pesquisa e desenvolvimento (P&D), entrada em novos mercados geográficos e lançamento de produtos, são as que mais se beneficiariam das aquisições.

O alto preço pago pelas aquisições e a crença no alcance de sinergias seriam motivados, por sua vez, pelo orgulho gerencial, já que haveria evidências suficientes de que retornos financeiros nas aquisições seriam difíceis de se alcançar. Esse orgulho levaria a uma crença ou a um comportamento irracional por parte do gestor, que justificaria sua insistência em prosseguir em uma atividade em que tantos outros falharam. As aquisições seriam motivadas por erros de avaliação dos gestores quanto à possibilidade de ganhos, principalmente sinérgicos.

Por fim, as atividades de fusões e aquisições seriam estimuladas pelas diferenças de objetivos entre gestores e investidores. Alguns autores defendem que essas atividades exerceriam um papel corretivo das ineficiências gerenciais, isto é, empresas que apresentassem sub-performance estariam constantemente sob ameaça de aquisição, forçando os gestores a refinarem suas decisões de investimento. Assim, o mercado de aquisições serviria, por si só, como um mecanismo de alinhamento entre os objetivos de executivos e acionistas.

Administradores ganham poder com o crescimento das organizações, mesmo quando essa estratégia vai além do tamanho ótimo

Outra linha de pesquisa, entretanto, afirma que as fusões e aquisições seriam utilizadas pelos gestores como instrumentos para alcançar objetivos próprios como o aumento de poder através do crescimento organizacional ou o de redução do risco empresarial. O aumento de poder gerencial, por exemplo, seria alcançado através da busca pelo crescimento de suas empresas, mesmo que além do tamanho ótimo. O crescimento aumentaria o poder dos gestores através do aumento dos recursos sob seu controle e estaria relacionado a uma remuneração maior. Assim, mesmo que as fusões e aquisições não melhorassem os resultados financeiros das empresas adquirentes, estas atividades seriam executadas devido à falta de mecanismos para alinhar os objetivos de gestores e investidores. As práticas de governança corporativa visam justamente reduzir o conflito de interesses entre esses dois personagens.

O dinamismo da economia e o desenvolvimento do mercado de capitais fomentam as fusões e aquisições. Por outro lado, pela magnitude dos valores que movimentam, estas atividades de investimento são complexas e impactam de forma significativa os resultados das empresas adquirentes. Os resultados financeiros alcançados por estas empresas, entretanto, não são visíveis. O entendimento das motivações dos gestores para envolver suas empresas em aquisições pode auxiliar no processo de tomada de decisão, na definição e negociação do preço da empresa-alvo, facilitando assim a geração de riqueza na empresa adquirente, que é um dos principais objetivos dos gestores.


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