Os economistas ouvidos pelo Banco Central voltaram a elevar as projeções de inflação para este ano e para 2025. Segundo o Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (10), as expectativas de alta para o IPCA passaram de 3,88% para 3,90%. Para 2025, a projeção foi elevada de 3,77% para 3,78%. Inflação mais alta e melhora na expectativa do PIB, divulgadas no Focus, reforçam a visão de Selic mantida em dois dígitos neste ano.
Os analistas elevaram a mediana do PIB deste ano de 2,05% para 2,09%, em linha com a melhora no crescimento econômico no primeiro trimestre, de 0,8%, levemente acima das expectativas. O crescimento forte, segundo relatório da área de pesquisa macroeconômica do Itaú, é fruto do forte desempenho do consumo das famílias (que avançou 1,5% na margem, ante -0,3% no 4T23) e a recuperação do investimento (crescendo 4,1% no período). “Avaliamos que o aumento da renda das famílias (resultante de um mercado de trabalho resiliente, além do pagamento extra de precatórios e do aumento real do salário-mínimo), assim como a redução da taxa de juros (que contribuiu para expansão do crédito nos últimos meses) estão por trás deste crescimento forte no 1º trimestre do ano.”
A economia rodando acima das expectativas e a piora nas previsões para inflação explicam a revisão para a Selic ao final de 2024, que há algumas semanas era de um digito. No Focus desta segunda, a projeção para a Selic continuou em 10,25% para dezembro de 2024.
Os juros futuros veem subindo nas últimas semanas. Na sexta-feira (07) encerraram o pregão em forte alta, principalmente nos vértices intermediários e longos. A abertura da curva ocorreu por conta da divulgação do Payroll americano, que apresentou dados de emprego mais fortes do que o esperado pelo mercado. O DI com vencimento em janeiro de 2024 oscilou para 10,45% e o DI jan/29 foi a 11,71%.
Semana tem Fed no radar
Após a decisão dos Bancos Centrais Europeu (BCE) e do Canadá, na semana passada, de iniciar o afrouxamento da política monetária, a expectativa se volta para a reunião do Fed desta semana, que deve manter o juro entre 5,25% e 5,50%, mas pode no comunicado sinalizar alguma tendência.
Relatório do Itaú destaca a desaceleração do crescimento do PIB americano e da inflação, mas afirma que a permanência em patamares elevados não justificam corte de juros antes do fim do ano. “O crescimento do PIB no 1º trimestre desacelerou para 1,3% na variação trimestral anualizada, mas a demanda doméstica segue saudável. O PIB do primeiro trimestre foi revisado para baixo (de 3,4% no trimestre anterior), com crescimento de 2,0% do consumo (de 3,0% no trimestre anterior) e contribuição negativa do setor externo e estoques”, afirma o relatório do banco. “Apesar da desaceleração nos dados de atividade em abril, ainda esperamos que o crescimento apresente ritmo anualizado robusto entre 2,0 e 2,5% à frente, suportado pela demanda doméstica, que ainda apresenta fundamentos favoráveis. O emprego segue em patamares elevados com o ritmo mensal de criação de vagas, segundo diversas. Além disso, como os salários crescem em termos reais, a massa salarial deve continuar impulsionando o consumo das famílias à frente.”
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