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Em nova forma
Com alguns ativos transformados em caixa e outros recém-adquiridos, Celesc cria valor para os acionistas

, Em nova forma, Capital AbertoAté o fim do ano que vem, um feito inédito poderá acontecer em Santa Catarina: 100% da área rural do Estado deverá ter acesso a um bem essencial, a energia elétrica. A bandeira de levar luz às cinco mil residências que, em pleno século 21, ainda não têm uma lâmpada sequer foi empunhada pela Celesc, a companhia elétrica do Estado. Será a primeira vez, no Brasil, que um Estado consegue essa proeza. O projeto, que vem sendo executado em parceria com o governo federal, já demandou R$ 200 milhões e beneficiou mais de 30 mil famílias.

Este ano, a Celesc levantou uma outra causa importante: anunciou que vai aportar R$ 70 milhões para aumentar em 30% a energia disponível em Florianópolis. A bela ilha, que serve de capital ao Estado catarinense, ficou 72 horas às escuras em 2003 justamente porque a sua logística de abastecimento – alimentada pelo cabeamento da ponte que a liga ao continente – não conseguiu suprir a demanda. “Esses problemas ficaram no passado”, diz Arnaldo Venício de Souza, diretor financeiro e de Relações com Investidores (RI).

Saber cuidar do cliente, garantindo iluminação na sua casa, no seu trabalho e na sua vida, é um compromisso mínimo e inerente a uma companhia que nasceu para distribuir e gerar energia. Mas fazer isso com competência garantiu um certo conforto à Celesc, que ainda é uma das poucas estatais num setor que teve praticamente 80% da distribuição privatizada. Com mais de 50% do capital votante sob as rédeas do governo estadual, a empresa recebeu pela terceira vez consecutiva o prêmio de melhor distribuidora do País, disputando com outras 45 companhias – a maioria delas privadas. Não se trata de um prêmio qualquer: a avaliação é feita pelos próprios consumidores. “Somos uma estatal, mas a administração é feita como em uma empresa privada”, afirma o executivo.

Agradou não apenas o freguês, mas também o acionista. A Celesc foi eleita a terceira melhor empresa no ranking Melhores Companhias para o Acionista, publicado pela revista CAPITAL ABERTO, na categoria com valor de mercado até R$ 5 bilhões. Brigou pelo “bronze” com outras 30 companhias, a maioria delas privadas. No quesito TSR, trio de consoantes que mede o desempenho das ações acrescentando os dividendos e outros proventos em um determinado período, a distribuidora levou nota 2,88 — na escala de zero a dez —, enquanto a mediana das empresas avaliadas ficou em zero. Também se destacou no item EVA — aquele que mede uma estimativa do lucro econômico após subtrair o custo de oportunidade do capital empregado no negócio. Tirou nota 3,04, enquanto a média das demais empresas ficou em 0,02.

Para Venício de Souza, algumas questões foram fundamentais para que a empresa tivesse bom desempenho nos últimos anos. A começar, segundo ele, pela adesão ao Nível 2 de governança corporativa em 2002. Quatro anos depois, nova guinada. Em respeito à Lei Federal 10.848, de 2004, a companhia desverticalizou sua estrutura. Separou os ativos de distribuição dos de geração, criando duas subsidiárias, sob uma holding. E reforçou o caixa, ao vender ativos de geração.

Uma das primeiras operações foi a venda de 14,63% de participação que possuía na Machadinho Energética S.A. (Maesa) — hidrelétrica conhecida como Machadinho, com 1.140 MW, situada na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O negócio, comprado pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), somou R$ 113 milhões.

A mesma CBA adquiriu, por R$ 19 milhões, a participação de 14% que a Celesc tinha na usina Campos Novos Energia S.A. (Enercan) — usina de 880 MW, localizada em Santa Catarina.

Com ajuda da iniciativa privada, Celesc pretende ampliar seu parque gerador de 82,6 MW para 182 MW

“Esses negócios contribuíram para que a Celesc pudesse se capitalizar e investir em outras operações, como a compra que fizemos da SCGás, uma empresa rentável e que nos possibilitou diversificar a matriz energética”, diz o diretor financeiro. Pagou R$ 93 milhões e detém, hoje, 51% do capital votante ou 17% do capital total da SCGás. No segundo trimestre do ano, a receita operacional líquida da Celesc alcançou R$ 868,2 milhões, um crescimento de 12,7% em relação ao 2º trimestre de 2007. O crescimento do mercado de energia elétrica e o faturamento da SCGÁS (R$ 201,7 milhões no primeiro semestre do ano) foram os principais motivos dessa evolução.

Com o caixa fermentado, a empresa pôde apostar na recapacitação das suas 12 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com potência de até 30 MW. A idéia é ampliar o parque gerador de 82,6 MW para 182 MW. Em paralelo, a empresa tenta, também, atrair a iniciativa privada para investir em negócios de geração. No começo do ano, fez uma chamada pública querendo fisgar interessados em desenvolver projetos em parceria no segmento de PCH. Quer ser minoritária em novos projetos, com até 49% do capital total. Os investimentos somam R$ 320 milhões, a serem desembolsados entre este ano e 2011.


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