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Vendas de ações orientadas por princípios socioambientais ganham adeptos

Em maio deste ano, a famosa assembléia de acionistas de Warren Buffett foi sacudida pela proposta da acionista Judith Porter para que a Berkshire Hathaway vendesse suas ações da PetroChina — estatal chinesa que explora petróleo no Sudão e gera recursos para o governo do país africano, que, por sua vez, financia as milícias árabes envolvidas numa guerra étnica que já matou 400 mil pessoas e expulsou mais de 1 milhão da região oeste do país, Darfur. Alegando que não caberia à Berkshire dizer ao governo da China a forma de conduzir suas relações políticas e que o desinvestimento não teria impacto sobre Darfur (já que as ações seriam compradas por outro investidor), o conselho da holding se posicionou contrário à aprovação da proposta, que obteve apenas 1,8% de votos favoráveis.

O fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia (Calpers) foi um dos poucos acionistas da companhia dirigida por Buffett favoráveis à venda da posição e um dos primeiros a adotar uma política em franco crescimento nos Estados Unidos, conhecida como “targeted divestment”. A proposta não é simplesmente se desfazer das ações, mas, sim, estimular a companhia envolvida em casos de agressão ao meio ambiente, práticas socialmente irresponsáveis ou episódios como o do Darfur a rever suas decisões. Para realizar o targeted divestment, o investidor deve examinar todas as ações de sua carteira e elaborar uma lista das que serão alvo da política. Depois, enviar cartas a cada uma solicitando que apresentem um plano de revisão das más práticas. No caso do Darfur, foi pedido que incluíssem um cronograma para o encerramento das relações com o governo sudanês. Se medidas concretas não forem adotadas até 90 dias após o envio do comunicado, o investidor começa a eliminar sua posição na companhia.

Em 2006, o fundo de investimento da Universidade Harvard foi um dos primeiros grandes investidores a optar pelo targeted divestment para a venda de ações da PetroChina. Desde então, 12 fundos de pensão, veículos de investimento de seis cidades, 31 universidades e dois candidatos à Presidência dos EUA adotaram a política de desinvestimento. A própria Berkshire Hathaway acabou reduzindo em 1% sua participação na PetroChina, em 28 de julho, sem declarar se a decisão refletia algum tipo de pressão dos acionistas.

E as adesões devem prosseguir: uma força-tarefa foi criada em Washington para estimular a continuidade do movimento, que mira apenas as companhias que têm relações diretas com o governo do Sudão ou com as indústrias de armas, petróleo, energia e telecomunicações. Mais de 500 multinacionais operam no país africano, incluindo a Pepsi e a Coca-Cola, mas a maior parte delas não se relaciona com o governo.


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