A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), em conjunto com os principais representantes do mercado de capitais, está desenvolvendo um plano de trabalho para propor soluções objetivas que ampliem o uso do voto por procuração (proxy voting) ou de outros mecanismos de voto a distância no Brasil. A primeira reunião do grupo foi realizada em 14 de agosto, na Bolsa de Valores de São Paulo. Participaram, além de representantes da própria Abrasca e da Bovespa, bancos custodiantes, bancos depositários, companhias de capital pulverizado e entidades como CVM, IBGC, Amec e Anbid.

“Nosso objetivo é desenvolver um sistema que permita a um número maior de acionistas participar das assembléias, com menor custo e mais agilidade”, explica Eduardo Lucano, superintendente-geral da Abrasca. Um dos pontos de partida é o estudo sobre o funcionamento do voto a distância em outros mercados, como o americano. A associação pretende levantar os meios utilizados para a captação de votos, os custos, os tipos de serviços auxiliares prestados por terceiros e o nível de automação necessário.

Há cerca de um ano a Abrasca conta com um grupo de trabalho focado no estudo das questões levantadas sobre o baixo quórum das assembléias. Agora, com o crescimento das companhias de capital pulverizado, a idéia é que essa discussão seja aprofundada. Muitas delas estão com dificuldades para reunir o percentual exigido pela legislação em vigor. Além de terem o capital disperso, boa parte dos investidores reside no exterior.