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Fazedor de oportunidades
Rodrigo Guedes Xavier, sócio do Pactual.

 

ed37_p056-057_pag_1_img_001Jeito de moleque, currículo de aluno CDF e esperteza de quem já rodou o mundo inteiro pelo prazer de conhecer novas culturas. Esse é Rodrigo Guedes Xavier, 38 anos, sócio do Pactual e revelação da Capital Aberto na categoria de gestores de recursos ligados a bancos. Está no Pactual há 12 anos, primeiro e único emprego, e tem sua marca representada em números. Em 1999, quando a gestora de recursos do banco foi criada e entregue nas mãos de sua equipe, tinha cerca de R$ 2 bilhões de recursos sob sua batuta. Hoje, esse montante chega a R$ 45 bilhões.

Essa história começa em Brasília, onde Rodrigo nasceu. O contato com colegas estrangeiros, filhos dos embaixadores que moravam na capital federal, despertou nele o interesse por aprender línguas. Foi com esse objetivo que pediu ao Rotary Club da cidade uma bolsa de estudos para fazer o último ano do colegial no Canadá. E conseguiu. Além de aperfeiçoar seu inglês, de quebra, também pôde aprender francês. Ao voltar para o Brasil, já dava aulas particulares de inglês. O gosto por culturas diferentes era tamanho que ele pensou até em seguir a carreira diplomática. Mas na hora de preencher o formulário de inscrição para o vestibular, mudou de idéia e assinalou “economia”.

Na faculdade, sua tese de conclusão de curso foi sobre o milagre da recuperação do Japão no pós-Guerra. Empolgou-se tanto com esse tema, que começou um curso de língua japonesa. “É o meu hobby”, dizia a quem questionava essa escolha. Ao final da graduação, em 1990, conseguiu outra bolsa de estudos, desta vez, do Ministério da Educação do Japão para uma pós-graduação naquele país. E lá se foi o jovem Rodrigo para o outro lado do mundo fazer o mestrado e o doutorado. Os dois ao mesmo tempo e com aulas em japonês. Ora, se existia essa oportunidade, por que não aproveitá-la? — pensou.

Nos dois anos que passou no Japão, foi aprovado nas disciplinas obrigatórias de ambos os cursos. Só não obteve os títulos de mestre e doutor porque, antes de iniciar as pesquisas para a tese, achou por bem reavaliar suas prioridades. Chegara o momento de abandonar a vida acadêmica. “Percebi que, embora gostasse muito da área de pesquisas, queria trabalhar em algo mais prático”, explica. Aceitou, por fim, a sugestão de um amigo para fazer um MBA na área de finanças nos Estados Unidos.

Como não tinha dinheiro para bancar mais essa imersão internacional, teve de competir, novamente, com dezenas de outros estudantes pela terceira bolsa de estudos da sua vida. Sim, mais uma vez Rodrigo conseguiu estudar de graça, agora na tradicional escola Thunderbird — The American Graduate School of International Management. Depois de exatos 365 dias em solo norte-americano, voltou ao Brasil em maio de 1993. Nesse meio tempo, já havia enviado um currículo para o Pactual, que apostou na ousadia daquele jovem, convidando-o para trabalhar na instituição. Tinha 24 anos no seu primeiro dia de trabalho.

Passou por vários departamentos do banco a fim de conhecer seu funcionamento. No final de 1993, ajudou a formar a equipe que cuidaria da distribuição para investidor estrangeiro, ao lado de Marcelo Safadi, então sócio do Pactual. “A gente começou do zero. Pegava o telefone e saía ligando para potenciais clientes internacionais, na cara e na coragem, oferecendo o Brasil como alternativa de investimento”, lembra. “Levávamos muitos ‘nãos’, mas não desanimávamos.”

“A gente começou do zero. Pegava o telefone e saía ligando para potenciais clientes internacionais oferecendo o Brasil como alternativa de investimento”

O resultado da prospecção foi tão positivo que, dois anos mais tarde, o Pactual montaria um escritório do banco em Nova York. À frente dessa nova missão, Rodrigo passou três anos na Big Apple atrás de interessados em investimentos em ações na bolsa brasileira. De novo, sua performance surpreendeu. Naquele momento só lhe restava o óbvio: ser convidado para se tornar um dos sócios do Pactual, o que aconteceu na sua volta ao País, em 1997.

Mas a grande virada na carreira desse profissional aconteceria dois anos depois, quando o banco decidiu estruturar uma área só para a gestão de recursos. Coube a ele formalizar a Pactual Asset Managment, ao lado de Marcelo Kalim. “Até então tínhamos apenas clientes esparsos, amigos que pediam para gerirmos uma carteira para eles”, diz. “Como precisávamos conquistar mais clientes, fomos atrás dos bancos de varejo perguntando se não queriam terceirizar a distribuição.” A gestão de recursos de terceiros hoje representa uma das áreas mais relevantes do Pactual.

Seu lema de trabalho é ter foco e saber preservar o capital. “Muito mais do que buscar uma excelente performance, a gente quer dar ao cliente a tranqüilidade de que seu dinheiro estará protegido mesmo em grandes adversidades”, diz. E o que um bom asset faz para obter isso? “Ter sangue frio e agir com racionalidade.” Dois exemplos dessa máxima estão na reação de sua equipe em crises como a do 11 de setembro e das eleições de 2002 no Brasil. Rodrigo também assistiu aos ataques terroristas boquiaberto, como qualquer um, mas não perdeu a calma. Reduziu o risco de curto prazo, usando os ativos mais líquidos, e resolveu esperar o que vinha depois. “Nessas horas é aguardar a tempestade passar. O mundo não acaba nunca.”

Já em 2002 não imaginava que a volatilidade do mercado brasileiro alcançasse o ponto que chegou. Mesmo assim, seguiu sua intuição e decidiu trocar, em fevereiro, os títulos do governo que venceriam em 2003 por CDBs de bancos de primeira linha. Bingo. Sua gestora de recursos registrou um dos melhores retornos do País. Há quem diga que a performance de Rodrigo naquele ano foi um divisor de águas para o Pactual no mercado. Ele concorda? “Falo sem demagogia. Essa excelência não seria possível se não houvesse mesmo um trabalho de equipe”, garante.


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