A recente onda de aberturas de capital de companhias russas colocou no mercado financeiro internacional uma nova e forte demanda por executivos experientes e dispostos a trocar a City e Wall Street pela Praça Vermelha. Geridas até então por profissionais locais, as companhias que almejam uma presença relevante nos mercados de fora da Rússia — com destaque para a Bolsa de Londres — têm procurado atrair executivos ingleses e norte-americanos para seus quadros. Um bom exemplo é a gigante de petróleo Rosneft, que tirou Peter O’Brien do Morgan Stanley e o colocou como seu diretor financeiro e de Relações com Investidores.

A petrolífera também está no centro de uma outra tendência: a do crescente interesse dos investidores internacionais por companhias de origem russa. Sua oferta pública de ações (IPO), programada para este mês de julho, é cercada de expectativas e tem potencial para figurar entre as quatro maiores operações já realizadas em todo o mundo. O auge dessa tendência foi atingido quando, na penúltima semana de junho, a Rosneft publicou o prospecto da oferta.

Com mais de 500 páginas, 25 delas dedicadas aos fatores de risco, ele não foi, porém, a única fonte de susto para os investidores interessados. Mais da metade das companhias russas listadas na Bolsa de Londres a partir de julho do ano passado teve baixíssima performance desde a abertura de capital. As ações da fabricante de pneus Amtel-Vredestein caíram 54% desde novembro, um desempenho 58,7% menor que o do índice FTSE All Share. Nos últimos 12 meses, 14 empresas russas captaram US$ 6,5 bilhões no mercado inglês. Veja o comportamento das ações no quadro.