Mirando investidores qualificados, com disponibilidade para aportes mínimos de R$ 100 mil, a incorporadora de imóveis do segmento residencial lançou em conjunto com a Rio Bravo um Fundo de Investimentos em Participações (FIP) inédito tanto no mercado de capitais, quanto no imobiliário. Com emissão primária de R$ 60 milhões e prazo de sete anos (quatro para investimento e três para desinvestimento), o fundo abrigará em sua carteira todos os novos empreendimentos da Klabin Segall aprovados por um órgão decisor, o comitê de investimentos. Uma instituição fiscalizadora irá monitorar a implementação dos projetos e funcionará como o “olho” do investidor.

O comitê decisor será composto pela administradora do fundo (a Rio Bravo), pela incorporadora, o fiscalizador e um representante dos investidores. Para que as metas de diversificação da carteira sejam mantidas, o limite de alocação dos recursos do fundo é de 33% em cada projeto. A maior inovação vem na forma dos mecanismos de saída via mercado secundário. Além da negociação no mercado de balcão organizado da Bovespa (Soma), o fundo conta com a garantia de recompra pela Klabin Segall de até 10% das cotas integralizadas a cada ano. No futuro, a empresa cogita contratar os serviços de um formador de mercado para estimular as negociações com as cotas.

Segundo Eurico Magno de Carvalho, diretor administrativo-financeiro da empresa, o fundo pretende ser uma alternativa aos investidores que desejam aplicar no mercado imobiliário, mas têm receio de fazê-lo via ações de uma empresa do setor. Ao contrário desta última opção, o fundo permite a “compra” da performance de um empreendimento específico, ao invés do risco do portfólio da companhia e do seu desempenho como um todo. “Oferecemos o lastro em imóvel para quem gosta desse tipo de investimento e incrementamos com a liquidez proporcionada pelo mercado secundário de cotas do fundo”, resume o executivo.

Colocada entre as dez maiores incorporadoras do segmento residencial, a Klabin Segall é uma sociedade anônima de capital fechado que tem 11 anos de existência. Com os recursos captados pelo fundo, pretende ampliar seu volume geral de vendas, hoje de R$ 1 bilhão. De acordo com o diretor financeiro, a iniciativa não invalida a possibilidade de uma futura emissão de ações.