O percentual de companhias originárias de mercados emergentes dentre as 200 maiores do mundo por capitalização de mercado triplicou nos últimos dez anos, passando de 3% para 9% — o que corresponde, contabilizada a participação de Hong Kong, a um total de 16 empresas. Este número supera, por apenas uma empresa, a participação da França. Dessas 16, duas são brasileiras: a Petrobras e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Os dados foram fornecidos pela Data Stream para o Financial Times.

Nesse mesmo período, os Estados Unidos mantiveram sua posição e o número de companhias japonesas no grupo caiu pela metade (veja distribuição completa no gráfico). Para os especialistas, os dados indicam um novo fenômeno: o das companhias de mercados emergentes que já superam o valor das megacorporações de outras partes do globo. Dentre os primeiros exemplos concretos estão a Gazprom, companhia de gás natural russa que ultrapassou a Microsoft e conquistou o posto de terceira do mundo em abril, e a China Mobile, que superou a capitalização da Vodafone, gigante européia de telecomunicações. É esperado que a próxima da lista seja a CVRD (124 º lugar no ranking), desde que sua oferta pela canadense Inco seja concretizada.

O baixo grau de endividamento dessas companhias (estimado em 9% da capitalização de mercado, algo em torno de US$ 200 bilhões e US$ 300 bilhões) lhes garante fôlego para crescer por meio de aquisições e indica que novos exemplos devem surgir. No entanto, a forte presença do Estado em alguns casos e, em outros, a limitação dos mercados de capitais locais para acolher novas emissões de ações ainda são barreiras a ser superadas.