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“A indústria de FII vai se consolidar, com menos players com volume maior de dinheiro. Queremos nos posicionar como um desses principais players”
Pátria, “A indústria de FII vai se consolidar, com menos players com volume maior de dinheiro. Queremos nos posicionar como um desses principais players”, Capital Aberto
Daniel Sorrentino, CEO Latam do Pátria

Gestora líder em investimentos alternativos na América Latina, o Pátria tem hoje perto de R$ 200 bilhões de ativos sob gestão, boa parte dos recursos captados após o IPO de 2021 na Nasdaq. Com os recursos levantados na abertura de capital em caixa, a gestora colocou os planos de crescer na América Latina e diversificar a oferta de produtos. Para garantir o crescimento acelerado, lembra o CEO Latam, Daniel Sorrentino, foram feitas aquisições e parcerias em países da região, como Chile, Colômbia e Brasil, que garantiram “acesso a mercados, relacionamento com clientes e expertise em determinadas áreas”. Em entrevista à Capital Aberto, o CEO fala sobre a aquisição mais recente no Brasil, da carteira de fundos imobiliários do Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), um dos mercados em que o executivo vê com grande potencial de crescimento e de consolidação. Nas palavras do Sorrentino, o Pátria está “se preparando para esta nova fase do mercado”.

Pátria, “A indústria de FII vai se consolidar, com menos players com volume maior de dinheiro. Queremos nos posicionar como um desses principais players”, Capital Aberto

Em 2021, o Pátria decidiu fazer seu IPO, levantando mais de US$ 620 milhões na Nasdaq. Olhando pelo retrovisor, os planos para os recursos deram o resultado esperado?

Na época, queríamos deixar de ser uma gestora que tinha somente o foco nos clientes globais, que vieram com a associação com a Blackstone, para ter uma atenção para o mercado local, me referindo a outros países da América Latina e não só o Brasil. Também tínhamos como plano uma oferta mais ampla de produtos, além dos fundos private equity e infraestrutura, e passasse a oferecer de uma forma mais consistente produtos de crédito, a área de Equities e imobiliária. Esta oferta mais ampla era demandada pelos clientes locais. Os recursos foram para financiar a expansão, nossos planos de uma gestora latino-americana, que atenda clientes latino-americanos e com uma série de produtos cujos investimentos aconteçam no Brasil e na América Latina. Deu resultado.

Pátria, “A indústria de FII vai se consolidar, com menos players com volume maior de dinheiro. Queremos nos posicionar como um desses principais players”, Capital Aberto

E quais são os principais números desde o IPO?

O Pátria sai de algo perto de R$ 70 bilhões de ativos sobre gestão, no momento do IPO, para uma gestora que hoje tem por volta de R$ 200 bilhões de ativos sobre gestão. É um processo acelerado de expansão. Além disso, os R$ 70 bilhões eram majoritariamente vindos de investidores globais. Hoje, dos R$ 200 bilhões, a gente já enxerga uma participação bastante mais relevante dos investidores latino-americanos e uma diversificação de produtos, mas não divulgamos números por região.

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Como o Pátria foi se posicionando na região nos últimos anos, em quais mercados e estratégia usada para ganhar espaço?

Nós já tínhamos presença em alguns locais, mas após o IPO aceleramos a expansão e a diversificação dos produtos. A gente tem um escritório na Colômbia, por exemplo, há mais de 10 anos. A partir do IPO, começamos uma série de associações e aquisições de outras empresas, outras gestoras, que pudessem nos auxiliar na execução dessa estratégia. No Chile, compramos a gestora Moneda, que nos deu acesso àquele mercado. Fizemos uma joint venture com o Bancolombia, o principal banco de atacado varejo da Colômbia, com foco na exploração do mercado de alternativos em conjunto, nos moldes do que a gente conhece. E desta forma fomos abrindo espaço.

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No Brasil, também foi importante aquisições e parcerias para crescer? E gostaria que falasse um pouco também da mais recente aquisição, o Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG).

Também fizemos uma série de investimentos no mercado brasileiro para expandir a nossa oferta de produtos. Além da área de fundos imobiliário do Credit Suisse, que você citou, compramos a gestora VBI Real State, há dois anos, e a Igah Ventures e a Kamaroopim, ambas de venture capital. Saímos de uma base de 5 a 10 produtos para oferecer e hoje temos mais de 35 produtos diferentes para os nossos clientes, sempre dentro desse universo de alternativos. Parcerias e aquisições nos trazem acesso a mercados, relacionamento com clientes e expertise em determinadas áreas.

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Quais os planos para a área imobiliária do Credit?

O mercado de imobiliário, especialmente o de FIIs, chama bastante atenção pelo seu nível de crescimento. É um produto que historicamente começou a atender a demanda da pessoa física muito pelos incentivos fiscais na distribuição dos dividendos. Hoje é um produto que já faz parte da carteira dos principais fundos de pensão brasileiros. Então, é um mercado que está se institucionalizando. Nós acreditamos que, nos próximos anos, existem duas tendências. Uma é de continuidade do crescimento desse mercado. E a outra é de ser um mercado onde o investidor institucional passa a ter uma presença. O investidor institucional vindo para o mercado aumenta porque traz racionalidade para o mercado. Quando você olha para a história dos últimos 10, 15 anos do mercado imobiliário de FIIs no Brasil, foi um mercado de alta expansão, onde surgiram diversos players. A indústria de FII vai passar por um processo de consolidação, com menos players com volume maior de dinheiro. Queremos nos posicionar como um desses principais players. O nosso investimento, tanto na VBI quanto no portfólio do Credit Suisse, tem esse objetivo. Os maiores fundos oferecem para o cliente uma série de vantagens como diversificação de bases de ativos, maior liquidez. E por isso que faz sentido a escala.

Pátria, “A indústria de FII vai se consolidar, com menos players com volume maior de dinheiro. Queremos nos posicionar como um desses principais players”, Capital Aberto

Qual a linha de corte para fundos ou gestores sobreviverem neste novo momento do mercado?

No primeiro momento, fundos abaixo de R$ 500 milhões eram pequenos. Hoje, fundos abaixo de R$ 1 bilhão são pequenos. Daqui a pouco, fundos abaixo de R$ 5 bilhões vão ser pequenos. As pessoas têm uma tendência, obviamente, a procurar os maiores fundos. Porque os maiores fundos são melhores tecnicamente. A tendência é que todos busquem fundos com grandes escalas. E eu acho que nos próximos anos vamos ver o Brasil ter fundos de R$ 5 bilhões ou R$ 10 bilhões no mercado imobiliário. O que eu acho que é extremamente saudável. Atrai o investidor institucional.

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Dos mercados Latam em que o Pátria atua, em quais você vê os maiores potenciais de crescimento?

Se olharmos para a Latam e para a operação que atende investidores globais acredito que deve se manter em equilíbrio. Agora, na região, o Chile é um mercado que a gente está mais maduro, que a gente tem uma presença mais relevante. Eu diria que o Brasil, a Colômbia e o México são os países onde a gente vê um potencial maior de crescimento do ponto de vista dos clientes.

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E novas frentes de negócios, quais os planos do Pátria?

Nos últimos anos, a gente viu a demanda desses investidores latinos para produtos de alternativos globais, querendo ter acesso. E decidimos investir e trazer produtos globais para investidores locais. Esta decisão conversa muito com a nossa aquisição do private equity global da abrdn, que é um fundo de private equity baseado na Europa e que tem como característica essa cena investimento no mercado europeu e americano. Passamos a oferecer para os nossos clientes aqui mais essa alternativa de alocação. Então, não só ele tem acesso aos produtos do Pátria que investem na América Latina, nas diferentes verticais de negócio, mas também a gente passa a oferecer opções de investimento globais dentro do mercado de alternativas.

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O Pátria não tem exposição em saneamento. E teremos, em breve, uma privatização bastante aguardada, da Sabesp. Interessa?

Saneamento é um setor que a gente não tem exposição hoje, mas, obviamente, o marco do saneamento é um tema importante, e a gente tem observado o setor e tentado buscar oportunidades de como fazer. Sobre a Sabesp, a gente, obviamente, não pode comentar especificamente. O que posso dizer é que hoje, por mais que existam desafios setoriais e nos diferentes segmentos da indústria de infraestrutura, a infraestrutura no Brasil tem sido um foco do Pátria e tem se provado uma indústria bastante interessante para investidores. Tanto do ponto de vista da regulação, quanto do ponto de vista dos resultados e, especialmente, da conexão dessa indústria com temas importantes da pauta global, como transição energética, energia limpa, o impacto social que os investimentos podem ter.

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Dos diferentes setores da economia em que o Pátria atua e dos instrumentos que trabalha onde estão as principais oportunidades?

Nós não investimos em todos os setores da economia. Nós escolhemos alguns grandes setores para operar, como saúde, energia, logística, agronegócio, alimentos e bebidas. O mercado de infraestrutura hoje, com toda a reforma fiscal e tributária para estimular investimentos, tem tido uma demanda crescente para papéis que tenham incentivos fiscais. Toda a área de infraestrutura com debêntures incentivadas, fundos de infraestrutura são onde hoje enxergamos com uma demanda crescente e com grande potencial. E o próprio mercado imobiliário, que a gente acredita que tem realmente ainda muito espaço para crescer.


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