O processo mais lento de desinflação no Brasil e um cenário global mais desafiador, levando ao adiamento do início de corte de juros em economias desenvolvidas, como os Estados Unidos, fizeram os economistas do Itaú Unibanco a revisarem os dados para a economia brasileira, segundo relatório publicado nesta sexta-feira (12).
Para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o banco elevou a projeção de um crescimento de 2% para 2,3% este ano, após os dados de Serviços e Varejo, indicarem um início de ano forte. Para 2025, o Itaú revisou o crescimento para baixo, passando de 2% para 1,8%, refletindo a taxa de juros mais alta.
Na visão do banco, que revisou para cima a Selic ao final do clico de cortes pelo Banco Central, houve um aumento dos riscos ao redor do globo, principalmente no cenário internacional, onde a trajetória de desinflação tem se mostrado errática e o início de cortes de juros tem sido adiado.
Com isso, o Itaú projeta a Selic em 9,75%, sendo que anteriormente a expectativa era de 9,25%, bem como uma redução do ritmo de flexibilização monetária a partir de junho.
“Esperamos que a taxa Selic permaneça nesse mesmo nível ao longo de 2025 confiando que a autoridade monetária se manterá fiel ao compromisso de levar a inflação para a meta. Reconhecemos, no entanto, que dados os riscos altistas para inflação em 2025, pode ser necessário que a autoridade monetária encerre esse ciclo ainda antes”, diz o banco.
Inflação tem piora na composição
No caso da inflação, a equipe liderada pelo economista Mario Mesquita, ex-Banco Central, afirmou que a composição piorou, em particular, os fundamentos para os preços de Serviços, com mercado de trabalho e reajustes salariais, o que indica uma pressão altista para o segmento.
Diante disso, o Itaú espera que o IPCA termine o ano em 3,7%, acima da projeção anterior, que era de 3,6%. Para 2025, a expectativa passou de 3,5% para 3,6%, tendo em vista o cenário de expectativas de inflação desancorada e mercado de trabalho ainda apertado.
Em fevereiro, os dados de Varejo e de Serviços vieram dissipes. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostrou que o Varejo subiu 1% em fevereiro, enquanto os dados de Serviços, divulgados nesta sexta-feira (12), recuaram 0,9% no segundo mês do ano, sendo que a expectativa era de uma alta de 0,2%.
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