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Cenário local deteriora e coloca pressão baixista no Ibovespa
Deterioração das contas públicas faz com o que o principal índice da B3 descole do exterior, onde as bolsas estão rodando a níveis recordes, e acumule uma queda de mais de 7% este ano
Ibovespa, Cenário local deteriora e coloca pressão baixista no Ibovespa, Capital Aberto

Na contramão do mundo, onde as bolsas estão rodando a níveis históricos, o Ibovespa vem se deteriorando mês a mês em 2024, não apenas por causa da expectativa de que o ciclo de corte de juros nos Estados Unidos comece no final do ano ou em 2025, mas principalmente pela deterioração das contas públicas.

No mês passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a mudança na meta fiscal de 2025 de um superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para déficit zero. E, agora, para dificultar ainda mais a meta tem a questão climática que devastou o Rio Grande do Sul, que vai precisar de bilhões de reais para a reconstrução do estado, mas que ainda é de difícil mensuração.


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O curioso é que o cenário negativo para o principal índice da B3 se concretizou ligeiramente, sendo que a Bolsa brasileira encerrou 2023 em níveis recordes, aos 134 mil pontos. Para se ter uma ideia, o Ibovespa acumula uma queda de 7,05% até o fechamento desta quinta-feira (23), a 124.729 pontos, uma perda de 10 mil pontos durante este período.  

Um levantamento elaborado pelo TradeMap mostra, inclusive, que o pessimismo com a Bolsa brasileira se consolidou logo nos primeiros meses de 2024. Em janeiro, houve uma queda de 4,79% do Ibovespa, em função da correção da euforia vista no final do ano passado, após a reversão de expectativa para a queda de juros nos Estados Unidos.

Ibovespa, Cenário local deteriora e coloca pressão baixista no Ibovespa, Capital Aberto

Somado a isso, ainda tem a inflação brasileira que tende a ficar acima do teto da meta de 3% este ano, de acordo com o Boletim Focus desta semana. As projeções dos analistas de mercado consultados pelo Banco Central (BC) apontam que a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 passou de 3,76% para 3,80%, enquanto para 2025 avançou de 3,66% para 3,74%.

Com isso, o investidor acaba optando em sair da renda variável e vai para a renda fixa, ou mesmo para os títulos americanos que são os mais seguros do mundo, principalmente agora que há uma incerteza quanto ao corte de juros pelo Federal Reserve (Fed), diante da resistência em ceder tanto da inflação quanto da atividade econômica.

“Essa incerteza (contas públicas) vai continuar empurrando a bolsa um pouco mais para baixo para o final do ano”, diz o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima. Segundo ele, também existe uma resiliência do mercado americano tanto para o emprego quanto para o próprio crescimento do país, o que acaba instigando um pouquinho a inflação e o Brasil importa essa inflação mais alta também.

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Apesar disso, Lima acredita que as coisas devem entrar em linha em algum momento, embora a perspectiva não seja muito animadora para os papéis. “Eu acredito que o ano de 2024 pode ser um pouquinho mais complicado. A minha perspectiva é que a gente feche o ano em cima dos patamares (Ibovespa) que a gente está presenciando hoje”.

Para o sócio e head de análise da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, o Brasil acabou não aproveitando o rali positivo das bolsas lá fora por causa do ruído político local muito severo, com falas por parte do governo sobre indisciplina fiscal, flexibilização de metas, falta de clareza a respeito de políticas públicas e o arcabouço fiscal.

“Teria que ser algo amplo. A gente vê vários puxadinhos, alguma retórica sobre a tributação de grandes fortunas, como o Lula acabou comentando hoje (ontem). Tudo isso é muito ruim, não no sentido de é errado ou certo tributar a grande fortuna, mas a forma como a gente vai desenvolver”, diz Cozzolino.

O sócio e head da Levante Investimentos explica ainda que todo esse cenário conturbado afasta o capital estrangeiro. No dia 21 de maio, o último dado público da B3, aponta que os investidores estrangeiros sacaram R$ 235,1 milhões do mercado secundário (ações listadas). Com isso, a categoria soma um superávit de R$ 1,2 bilhão em maio. Em 2024, porém, o déficit é de R$ 33,06 bilhões.

“Agora, resta saber se todo esse ruído vai virar fato. Se as falas forem explicadas, voltarem atrás, como foi o ano inteiro dessa forma, a gente vai ter uma relação de risco retorno boa e o (Ibovespa) pode voltar aos 129 mil pontos”, conta Cozzolino.

Análise gráfica

Do ponto de vista da análise gráfica, também conhecida como análise técnica, as coisas não parecem bem também. Em relatório recente, o Itaú BBA afirma que o Ibovespa está próximo de um piso que pode levar a quedas relevantes.

Depois de quase três semanas travado entre 130.000 e 127.100 pontos, o Ibovespa perdeu a região de 127.100 pontos e apontou para a região de suporte em 123.300 pontos, segundo a equipe de análise gráfica do banco.

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Na visão dos analistas Fábio Perina, Lucas Piza e Igor Caixeta, essa região é importante não apenas pela ótica de curto prazo, mas também por ser a região onde passa a média móvel de 200 períodos. “O cenário bastante desafiador no curto prazo coloca pressão na região de média móvel de 200 períodos”, diz trecho do relatório.

No médio prazo, de acordo com o banco, enquanto o índice permanecer acima de sua média móvel de 200 períodos, o grande alvo a ser perseguido em 2024 continua a ser a região dos 150 mil pontos.  


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