Pesquisar
Pesquisar
Close this search box.
Investimentos no 1º tri aumentam e mostram maior procura por títulos isentos
Dados da Anbima mostram que os investimentos no Brasil cresceram 6,1% no primeiro trimestre do ano, para R$ 6,8 trilhões
títulos isentos, Investimentos no 1º tri aumentam e mostram maior procura por títulos isentos, Capital Aberto

Apesar do cenário macroeconômico mundial adverso, os investimentos no Brasil cresceram no primeiro trimestre do ano, diante da conjuntura interna favorável, como queda da inflação e da taxa de juros, atualmente em 10,50% ao ano. 

Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que os investimentos das pessoas físicas no Brasil cresceram 6,1% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao fechamento de 2023, para R$ 6,8 trilhões.

Do total, o segmento de varejo respondeu por R$ 4,6 trilhões do volume, enquanto R$ 2,2 trilhões foram provenientes do private, que representa os clientes com mais de R$ 5 milhões aplicados. O levantamento da entidade também apontou um aumento de quase todas as classes de ativos analisadas, com exceção da poupança, que perdeu espaço na carteira dos investidores.


Saiba como participar da revolução que une mercado de capitais e o campo no curso Investimento em Agronegócio


“A conjuntura econômica do primeiro trimestre, com queda na inflação e na taxa de juros, contribuiu para aumentar a confiança do investidor que, além de ampliar o volume aplicado, diversificou mais a carteira”, afirmou Ademir Corrêa Júnior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, em nota.  

No período, o volume do private avançou 7,4% em relação a dezembro do ano passado, totalizando R$ 2,2 trilhões, enquanto o varejo somou R$ 4,6 trilhões, alta de 5,5% na mesma base de comparação, dividido em R$ 2,2 trilhões no varejo tradicional e R$ 2,4 trilhões no de alta renda.   

Para João Baptista Peixoto Neto, CEO da Ouro Preto Investimentos, o investidor de varejo é o que mais sofre com a inflação e como houve uma piora econômica, isso afetou os investidores de mais baixa renda, enquanto o investidor de alta renda, que sabe como investir melhor, está mais atento às movimentações do mercado e possui mais capital, refletindo no aumento da participação do private.

Com relação à alocação das carteiras nos três segmentos, private, varejo tradicional e alta renda, R$ 3,1 trilhões, ou 45,3% do total, estão alocados em títulos e valores mobiliários, uma alta de 7,4% em relação ao fechamento de 2023, segundo dados da Anbima.

Os fundos de investimento, por sua vez, vieram na sequência, com alta de 6,4% no período, para R$ 1,7 trilhão, equivalente a fatia 24,9%. Já a previdência avançou 7,6%, para R$ 1,1 trilhão, representado16% do total. A poupança, com R$ 917,5 bilhões em investimento, perdeu espaço na carteira dos brasileiros, passando de 14,5% em dezembro de 2023 para 13,6% ao final do primeiro trimestre deste ano.  

títulos isentos, Investimentos no 1º tri aumentam e mostram maior procura por títulos isentos, Capital Aberto

Dentro dos títulos e valores mobiliários, a alocação em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) cresceu 7,2%, somando R$ 923,5 bilhões ao final do primeiro trimestre do ano. Já os títulos públicos fecharam março com R$ 162,6 bilhões, alta de 10,2% na mesma base de comparação. Já as ações cresceram 2,2% no período, para R$ 712,1 bilhões. As debêntures tradicionais cresceram 15,4%, somando R$ 40,4 bilhões, puxadas pelos clientes do varejo que ampliaram a aplicação em 44,8%. No private, o produto registrou um recuo de 1,9%. 

Em nota, a Anbima explicou que as mudanças nas regras para a emissão dos isentos favoreceram a busca dos investidores, especialmente os de varejo. “No private, esse movimento não aconteceu em função da maior diversificação da carteira”, disse o executivo da Anbima em comunicado.   

Investimentos em ativos isentos permanecem

Os dados do trimestre trouxeram uma confirmação de que as regras do Conselho Monetário Nacional (CMN) que restringiram a emissão de lastro para produtos isentos de imposto de renda surtiram pouco efeito para os investidores, uma vez que eles ampliaram os investimentos nesses títulos no período.  

“Embora a Selic esteja em queda, ela ainda permanece em dois dígitos, favorecendo o investimento em ativos de renda fixa, sobretudo nos isentos”, diz Corrêa Júnior.  

Os Créditos de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e os Créditos de Recebíveis Imobiliários (CRIs) cresceram 19,9% e 17,5%, para R$ 111,3 bilhões e R$ 73,4 bilhões, respectivamente. Já o avanço das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) foi de 15,7%, somando R$ 330,5 bilhões ao final do trimestre. Enquanto isso, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) tiveram aumentos mais modestos, de 5,2%, para R$ 435,4 bilhões, e de 1,9%, a R$ 110,9 bilhões, nesta ordem.  

O mesmo ocorreu com as debêntures incentivadas, que não foram afetadas pelas mudanças anunciadas pelo CMN, totalizando R$ R$ 71,7 bilhões, alta de 9,1% no trimestre na comparação com o final do ano passado.

títulos isentos, Investimentos no 1º tri aumentam e mostram maior procura por títulos isentos, Capital Aberto

Fundos de investimento 

Os fundos de investimentos, tão presente na carteira dos investidores, registraram alta de maneira geral. Os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) subiram 19,9%, para R$ 32,9 bilhões. Os Fundos Imobiliários (FIIs) fecharam março em R$ 106,1 bilhões, uma alta de 16,9% na comparação com o fim do ano passado. Os fundos de renda fixa cresceram 13,3% no período, para R$ 645,2 bilhões, enquanto os multimercados e os de ações, que incluem os (Fundos Mútuos de Privatização (FMPs), terminaram o trimestre praticamente estáveis, com alta de 0,8%, para R$ 633,7 bilhões, e de 0,6%, a R$ 246,2 bilhões, respectivamente.

No segmento de varejo, os fundos de investimento alcançaram R$ 768,2 milhões, puxados pela renda fixa e o multimercado. “O varejo, ainda mais em um momento em que a piora econômica está afetando mais a poupança, o investidor pega fundos mais acessíveis, de maior risco”, analisa o CEO da Ouro Preto Investimentos.

No private, o total de R$ 758,3 milhões foi puxado pelos fundos exclusivos, pelos fundos abertos próprios, pelos fundos abertos de terceiros e pelos fundos estruturados, respectivamente.

Previdência: fundos batem recorde de patrimônio em 2024

Os investimentos em fundos de previdência têm atingido níveis recordes, puxando a alta dos investimentos no trimestre. O patrimônio líquido do segmento nos quatro meses de 2024, de acordo com dados da Anbima, alcançou R$ 1,408 trilhão, patamar histórico pré-pandemia, já que o recorde anterior havia sido em 2019, quando a classe tinha R$ 1,377 trilhões sob gestão. 

De janeiro até abril, foram captados quase R$ 15 bilhões, na esteira de mudanças regulatórias, como a possibilidade de escolha do Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) ou Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) na hora do resgate.

Frederico Mesnik, sócio-fundador e CEO da Trígono Capital, que tem parceria com a BB Asset, aponta que os investimentos em previdência devem se manter, uma vez que o Brasil tem uma população crescente e a previdência pública precisa de complementos para que o déficit seja equalizado.

“Ela superou R$ 300 bilhões em 2023, e o processo de financial deepening, o alcance maior do mercado de capitais, deve ganhar espaço. Isso está acontecendo com os planos privados. Temos crescido bastante neste segmento, temos fundos de longo prazo, que é a forma ideal de se investir em fundos de ações, com janelas maiores. O prazo casado é o melhor, pois entende nosso horizonte de investimentos”, diz Mesnik. 

Segundo ele, o ambiente melhorou com alterações, já que o poder de decisão pelo regime (VGBL ou PGBL) pode ser mais adiante, não no momento da contratação. “A evolução regulatória vem acontecendo e facilitando a vida do investidor. No caso dos fundos de previdência, você também tem a liberdade de trocar a gestão dos recursos com a portabilidade.”


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.