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Inflação tem surpresa negativa e reforça fim dos cortes na Selic
Na véspera da reunião do Fed, analistas veem quadro doméstico e global em deterioração e projetam juros mantidos altos por mais tempo
Alex Andrade, Sócio da Swiss Capital Invest
Alex Andrade, Sócio da Swiss Capital Invest

O IPCA de maio, divulgado nesta terça-feira (11),  mostrou uma inflação de 0,46%, acelerando com relação a abril (0,38%). O dado superou a mediana das projeções de mercado. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada do IPCA voltou a subir após desacelerar por 7 publicações consecutivas, ficando em 3,93%, acima dos 3,69%. Às vésperas da reunião do FED, marcada para quarta-feira (12), cujo comunicado do BC americano pode confirmar a ideia de que os juros americanos não serão reduzidos tão cedo, o dado do IPCA reforça a cautela do BC com o juro doméstico, hoje em 10,50% ao ano.

Para os analistas da Guide Investimentos, Victor Beyruti Guglielmi e Yuri Alves, “além de representar a primeira alta da inflação em 12 meses em 8 publicações do indicador, a leitura do IPCA de maio também trouxe uma piora na composição”. O avanço da inflação no período, afirma o relatório, foi puxado por preços livres, que aceleraram pelo terceiro mês consecutivo. “Quando analisando os preços livres pela quebra de critério do BC, verificamos uma nova aceleração da inflação cheia de serviços, desta vez acompanhada por um incremento na inflação de bens industriais. Alimentos, apesar de mostrar uma inflação menor na margem, manteve um ritmo de alta de preços elevado e voltou a crescer no acumulado em 12 meses.”


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Para os analistas da Guide, a leitura de maio do IPCA ficou muito distante da melhora necessária para trazer” algum alívio ao mercado” diante da evolução recente na conjuntura local e internacional. “Não só os números de atividade nos EUA voltaram a mostrar força em maio, mas uma crescente da incerteza política local e internacional (Zona do Euro, México, Índia) também tem gerado desconforto entre investidores”, afirmam, o que se traduziu em um dólar superior a R$ 5,35 neste início de junho.” A visão dos analistas é de que o BC irá manter a Selic em 10,50% na próxima reunião.

Na visão de Alex Andrade, sócio da Swiss Capital Invest, os dados do IPCA acima do esperado mostram um outro problema, além da inflação. “Diversos financiamentos imobiliários estão sendo corrigidos pelo IPCA. Isso prejudica a parcela de quem já está financiando um imóvel ou um lote e prejudica também as vendas dos novos empreendimentos”, comenta o executivo. “Além disso, fica cada vez mais claro que o Banco Central deverá encerrar o corte de juros, o que também é ruim para o mercado imobiliário. Vale ressalta que, mesmo com estes fatores adversos, os imóveis na planta tendem a se valorizar acima do IPCA.”

Os analistas destacaram a piora na composição da inflação. “IPCA de maio, um número ruim em um momento ruim”, comenta Luís Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners. Dos nove grupos que compõem o IPCA, apenas um, ‘artigos de residência’, apresentou deflação em maio, com destaque de alta ficando, mais uma vez, com o grupo ‘alimentação e bebidas’, com impacto de 0,13 ponto percentual, reflexo de uma variação de 0,62% com relação ao mês anterior. “Nesse resultado já podemos notar impactos das enchentes no Rio Grande do Sul, como na variação de 1,47% do arroz. No caso dos dados qualitativos, mais notícias ruins. Todos os resultados vieram piores do que o esperado e mostraram aceleração com relação ao mês anterior”, acrescenta Leal.

A média dos núcleos passou de 0,26% para 0,39% (0,33% projetado) e os ‘serviços subjacentes’ passaram de 0,33% para 0,41% (0,33% projetado). “Nunca é bom ter um resultado pior do que o esperado, mas o momento atual, de extrema sensibilidade dos mercados, é particularmente ruim para que isso ocorra. Quando olhamos para os dados qualitativos e para a média móvel trimestral anualizada, não podemos ser tão condescendentes com esse resultado. No fim, termos reforçados a nossa expectativa de que o BCB vai manter os juros em 10,50% ao ano na reunião do dia 19 de junho e de que o IPCA deverá fechar 2024 em 4,0%.”


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