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Mineradoras e siderúrgicas sofrem no 2T com China e dólar pesando nos balanços
Números divulgados até o momento, sem a CSN, mostram um pêndulo bastante dividido entre as empresas do setor
mineradoras, Mineradoras e siderúrgicas sofrem no 2T com China e dólar pesando nos balanços, Capital Aberto

O setor de siderurgia e mineração, tão dependente da China e do dólar, vem passando por um momento complicado no geral. No entanto, como em qualquer outro setor, há quem sofre mais e há quem sofre menos. Neste quesito, os resultados do segundo trimestre divulgados até o momento, sem a CSN, mostram um pêndulo bastante dividido.

Enquanto a Usiminas mostrou uma perda de margem significativa, com a entrada de produto chinês, a Gerdau conseguiu se segurar, entregando um resultado em linha com o esperado por conta das operações nos Estados Unidos. Já a Vale, como tem acontecido com muita frequência, entregou números sólidos, apesar das dificuldades na China, impactada por um minério de ferro acima de US$ 100 por tonelada, o que permite uma elevada geração de caixa por parte da mineradora.

No período, o lucro líquido da Vale foi de US$ 2,76 bilhões, uma alta de mais de três vezes na comparação anual, enquanto o lucro líquido da Gerdau foi de R$ 945 milhões, valor 24,10% menor que o visto no mesmo intervalo de 2023. Por fim, a Usiminas, que teve o pior resultado entre as empresas, registrou prejuízo líquido de R$ 100 milhões no trimestre, revertendo o lucro de R$ 287 milhões ante o mesmo intervalo do ano passado.    

Na visão do analista da Nova Futura Investimentos, Marcos Duarte, o setor de materiais básicos, como é conhecido o setor de siderurgia e mineração na B3, tem enfrentado muita dificuldade este ano, refletindo o efeito sobre a demanda de produtos básicos de minério na China, que está muito baixo.

“Nesse cenário, a eficiência das empresas diminui. O setor também é impactado pela alta do dólar. Com isso, as receitas e as dívidas das empresas do setor, que são em dólar, acabam diminuindo a eficiência e a qualidade operacional, o que certamente não atrai o olhar do investidor”, explica Duarte.


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Diante disso, o principal desafio das mineradoras e siderúrgicas para o segundo semestre, de acordo com o analista da Nova Futura Investimentos, é manter a atratividade e a eficiência operacional das atividades. “Devemos ver com um pouco de cuidado e um pouco de atenção as oportunidades de lucrar com o mercado em baixa, lembrando que o setor não está tão no radar do investidor, principalmente por conta da demanda baixa do mercado mundial”.

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Os resultados

Em relatório, a XP ressalta que, embora os resultados fracos da Usiminas fossem esperados pelo mercado, diante do fraco desempenho da divisão de aço, os investidores esperavam mais detalhes sobre potencial melhoria de custos para o terceiro trimestre. “Com altas expectativas sobre o potencial de redução de custos para o terceiro trimestre, vemos as indicações de resultados como insuficientes para implicar uma melhora significativa do Ebitda no próximo trimestre, com o contínuo enfraquecimento do real”, comentam Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano.

Com um trimestre extremamente fraco, o Goldman Sachs afirma que a expectativa por parte da Usiminas ficou por conta da orientação da administração para o terceiro trimestre. De acordo com os analistas Marcio Farid, Gabriel Simoes e Henrique Marques, a perspectiva à frente foi uma grande decepção. “Esperávamos que os efeitos positivos do alto-forno renovado gerassem uma melhoria de custo mais significativa. A empresa investiu o equivalente a 30% de seu valor de mercado na B3 e, ainda assim, as margens do aço estão em apenas 2%, deixando a empresa dependente de melhores condições de mercado para lucratividade.”

No caso da Gerdau, os analistas da XP explicam que os resultados do trimestre abriram um caminho para um segundo semestre melhor, com a possibilidade de ajustes na capacidade doméstica para otimizar a rentabilidade e o aumento de preço a partir do terceiro trimestre para impulsionar o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).  

Apesar dos desafios, a Genial Investimentos prevê uma perspectiva de longo prazo positiva para a Gerdau, que tem um plano robusto de redução de custos fixos, que promete gerar R$ 1,5 bilhão adicional ao Ebitda em 2025 e 2026. “Como a maioria do projeto de realocação de footprint está no Brasil, a tendência é que essas margens anêmicas, de 8,7% no segundo trimestre, passarão por um forte processo de expansão para 20% a 22%.” 

A Vale, por sua vez, apresentou custos pressionados durante o trimestre, o que impediu uma melhora do Ebitda, que foi de US$ 3,99 bilhões no período, uma estabilidade na base anual. No segundo trimestre, o custo operacional, medido pela unidade de produção e tempo (C1/t), foi de US$ 24,9 por tonelada, teve uma alta de 6% ante o primeiro trimestre do ano, impactado pelo mix de volume mais fraco e custo de estoque mais alto.

“Embora os custos tenham sido o ponto baixo, acreditamos que, com o aumento dos níveis de produção no Sistema Norte no segundo semestre, o fluxo de caixa da Vale deve se recuperar”, analisa a XP.


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