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Volta comemorada
Corte de despesas, aumento da eficiência e ascensão da classe C fazem Estácio valorizar 74%

Não é a primeira vez que a Estácio Participações aparece na coluna Lente de Aumento. Depois de ter seu nome gravado no espaço azul, em novembro de 2008, ressurgiu em setembro de 2010, mas na seção vermelha. Agora, em uma guinada, volta a aparecer nas páginas das companhias que estão de bem com o mercado, com uma valorização de 74,3% entre 31 de março e 30 de setembro de 2012 — a mais alta dentre as companhias pinçadas pela Economática para esta seção.

A Estácio demorou a entregar os resultados que seus gestores imaginavam. O cenário só começou a mudar com o ingresso da GP Investimentos no capital da companhia, em maio de 2008, e o aporte do seu modelo de gestão característico, baseado em custos contidos, metas agressivas e meritocracia. “Os administradores da companhia falavam em um nível de performance que custou a acontecer, e essa demora fez o mercado punir os papéis”, afirma Luciano Campos, analista do HSBC. “Mas há alguns trimestres a empresa está indo tão bem quanto a concorrência ou até melhor”, avalia.

A Estácio fechou 2011 com uma base de 240 mil estudantes, um crescimento de 14,3% em relação ao ano anterior. O aumento levou a uma expansão de 13% na receita operacional líquida, que totalizou R$ 1,14 bilhão. Em 2012, o sucesso se mantém. No fim do primeiro semestre, a base de estudantes de graduação presencial totalizava 201,1 mil alunos, 5% a mais que no mesmo período do ano passado. Como resultado, a receita operacional líquida atingiu R$ 341,4 milhões no segundo trimestre, um aumento de 17,8% sobre a mesma base de comparação. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), por sua vez, cresceu 67,4% em relação ao mesmo trimestre de 2011.

Foi em 2009 que a Estácio construiu o modelo acadêmico que lançaria as bases para o seu crescimento. Os currículos dos 41 principais cursos foram integrados nacionalmente e atualizados de acordo com as demandas do mercado de trabalho. Nesse processo, a companhia ganhou eficiência por meio da oferta de conteúdo online em cursos presenciais e da introdução de atividades de autoaprendizagem. Para controlar as despesas, algumas unidades foram fechadas e outras, reestruturadas. Cursos também foram encerrados. “As concorrentes priorizaram as aquisições, enquanto a Estácio se preocupou com a reestruturação interna. Por isso, ficou atrasada em termos de resultados”, observa Alexandre Montes, analista da consultoria Lopes Filho.

Concluídas as mudanças, esta é a fase de colher os frutos, acredita Rogério Melzi, diretor-presidente da Estácio. “Optamos por centralizar a administração; assim, quando o volume de alunos aumenta, os gastos corporativos não sobem no mesmo ritmo. E precisávamos de mais alunos para melhorar os balanços, o que conquistamos nos últimos semestres”, ressalta o executivo.

A ascensão da classe C é vista por Melzi como um fator crucial para o sucesso da companhia. “Em um primeiro momento, o aumento da renda levou à ampliação do consumo, com a compra de carros, casa e eletrodomésticos. Agora, é a hora de essas pessoas se preocuparem com a continuidade da educação para se manterem no emprego ou conquistarem uma renda maior”, explica.

A maior utilização do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) também traz perspectivas promissoras. O número de estudantes que aderiram ao programa em 2012 é o dobro do ano passado. Conforme dados do segundo trimestre, a base de alunos da Estácio que utiliza o Fies alcançou 30,3 mil estudantes, o equivalente a 15,1% do total da graduação presencial. “O sistema de financiamento público favorece o ingresso no ensino superior e reduz a inadimplência e o índice de desistência nas faculdades. Em resumo, isso significa mais e melhores clientes na carteira da Estácio”, prevê a equipe de analistas da Coinvalores.

Diante desse cenário, o HSBC projeta um preço-alvo para as ações da companhia de R$ 41 no prazo de 12 meses (atualmente, o papel está na casa dos R$ 36). A expectativa é que a faculdade amplie sua atuação em fatias do mercado educacional nas quais tem pouca presença, como o ensino a distância (EAD), por exemplo, considerado muito mais rentável do que o sistema de educação tradicional.

No primeiro semestre de 2012, a base de alunos de graduação matriculados em cursos de ensino a distância cresceu 38,2% sobre o mesmo período do ano anterior para um total de 43,4 mil estudantes. “Outro motivo para acreditarmos em melhores resultados para a Estácio é o fato de as concorrentes já terem alcançado margens de lucro maiores”, opina Campos, do HSBC.

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