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DGF rompe com a tradição do segmento e vende sua participação na Mastersaf em pouco mais de um ano

, Vapt-vupt, Capital Aberto

 

O resultado do investimento da DGF na Mastersaf, empresa paulista que atua no segmento de softwares de planejamento fiscal e tributário, é o sonho de consumo de toda gestora de private equity. Afinal, ela conseguiu vender a participação que seu fundo DGF Fipac detinha na companhia para um sócio estratégico pouco mais de um ano após o aporte de recursos — bem antes dos prazos de maturação tradicionais, que costumam variar de três a oito anos. Sidney Chameh, sócio da DGF e presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCap), não esconde a satisfação com o rápido e bem-sucedido desinvestimento. “O mercado se surpreendeu, pois um fundo de private equity sempre entra numa empresa preparado para ficar mais tempo”, reconhece. “Mas, para nós, não chegou a ser uma surpresa, pois sabíamos que o ativo que tínhamos em mãos era muito bom”.

Para o gestor, a saída rápida foi o resultado de uma feliz combinação de fatores. Em primeiro lugar, a qualidade da empresa. A Mastersaf contava com uma equipe profissional e experiente, além de uma posição estratégica para se tornar consolidadora em seu segmento. Possuía também um histórico de sucesso num mercado de crescimento acelerado, com barreiras elevadas para a entrada de novos concorrentes, avalia Chameh.

Criada em 1998, a empresa se notabilizou em seu segmento ao desenvolver plataformas que complementavam, no módulo fiscal, os mais importantes sistemas de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês) do mercado. Devido às especificidades do ambiente tributário brasileiro, considerado um dos mais complexos do mundo, os principais ERPs disponíveis no País, incluindo Oracle e SAP, não possuíam soluções fiscais capazes de dar conta das demandas locais.

Na seara da governança corporativa, o fundo colaborou com a implementação de um plano de stock options e o incremento da política de remuneração variável dos executivos, antes muito focada na relação patrão–funcionário. “Com a introdução de padrões mais modernos, as mudanças alinharam os interesses da gestão com os sócios”, analisa Claudio Coli, CEO da Mastersaf.

Para ele, a expertise dos gestores do Fipac na área de consolidação de empresas foi uma das maiores contribuições da DGF. A Mastersaf não via o aporte de recursos financeiros pelos investidores como primordial, já que havia recebido investimentos de um fundo de private equity internacional em 2000. “O DGF Fipac trouxe à companhia a possibilidade de emplacar um planejamento estratégico de longo prazo, baseado em um plano de aquisições. Isso ajudou a empresa a proteger e melhorar sua posição de liderança no segmento”, diz Coli. Criado em 2007, o DGF Fipac tem capital comprometido de R$ 101,5 milhões.

As primeiras conversas entre a Mastersaf e a DGF ocorreram no fim de 2007, e o aporte de recursos aconteceu no começo de 2010. Com parte dos cerca de R$ 50 milhões investidos pela gestora, a Mastersaf foi às compras. Em abril, adquiriu a gaúcha Lamur Informática, e, no mês seguinte, a base de clientes e ativos de software da Lumen IT. “As duas aquisições serviram para expandir a atuação da companhia no segmento de pequenas e médias empresas”, diz Coli. As aquisições possibilitaram à Mastersaf integrar suas soluções com outros fornecedores de ERP, como a Microsoft e a Totvs, o que a tornou compatível com praticamente todos os grandes ERP do mercado.

Em 2010, o crescimento da companhia saltou aos olhos do mercado. Cerca de 30% de todo o volume recolhido pela Receita Federal naquele ano havia sido calculado pelos sistemas que a Mastersaf desenvolveu. Seu faturamento superou R$ 50 milhões, com margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) acima de 40%. Junto com o incremento nas operações, veio o assédio de grandes players do setor. Em maio, a Mastersaf foi vendida para o grupo Thomson Reuters.

Chameh lembra que, apesar de algumas dúvidas terem pairado no ar, a decisão pela venda do ativo foi rápida. Ele chegou a pensar se poderia obter um valor maior mantendo a sociedade por mais tempo, mas, dado o bom momento da Mastersaf e o valor ofertado, chegou à conclusão de que era a hora de vender a participação do fundo. Na ocasião, a presença da DGF ajudou a Mastersaf a ganhar poder de barganha na negociação. “A oferta inicial do comprador foi bem abaixo do valor final. Nosso conhecimento desse tipo de negócio foi importante para buscar alternativas de compradores, o que fez a oferta aumentar”, afirma Chameh. A satisfação com o negócio é dividida com o CEO da Mastersaf. “A DGF e a empresa estavam completamente alinhadas nas conversas com o comprador. Isso tornou a negociação mais rápida e a operação positiva para todos os envolvidos”, observa Coli.


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