Vale a pena seguir carreira em RI?
Falta de profissionais qualificados para exercer a atividade abre oportunidades aos iniciantes e para aqueles que precisam se reciclar

, Vale a pena seguir carreira em RI?, Capital AbertoA demanda por maior transparência e melhores práticas de governança nas empresas, reforçada após as crises corporativas de 2001, e o interesse estratégico pelo mercado de capitais demonstrado por companhias brasileiras mais recentemente – refletido na quantidade sem precedentes de distribuições primárias e secundárias de ações realizadas e em preparação – aumentaram a procura por profissionais especializados em relacionamento com investidores. Mas por que uma empresa precisa desse profissional? Que perfil e capacitações ele deve apresentar? Onde encontrá-lo?

No que se refere à primeira pergunta, cabe esclarecer que, sem uma área especializada em relacionamento com acionistas e investidores, é bom a empresa nem pensar em mercado de capitais. Ela sequer seria levada a sério pelo mercado. Aliás, a área de Relações com Investidores (RI) não é só importante externamente como ponto de contato, mas também internamente. Em geral, processos de inserção no mercado de capitais exigem uma mudança cultural interna profunda, podendo ir dos controladores aos funcionários. E quem faz esse meio-de-campo é justamente a área de RI. É fundamental também que ela esteja hierarquicamente bem posicionada, para poder cumprir seu papel corretamente.

Quanto à segunda pergunta, é preciso uma análise das características pessoais necessárias ao exercício das atividades inerentes à função. Uma delas é certamente “vender” a empresa para potenciais investidores e desenvolver mecanismos para manter os atuais motivados. Para tal, um executivo de Relações com Investidores requer qualidades como carisma, simpatia, boa oratória e segurança pessoal, indispensáveis a qualquer bom vendedor. Também no que diz respeito às habilidades de comunicação, vale lembrar que o acesso a investidores estrangeiros é quase sempre essencial para as empresas. E por isso o profissional de RI deve ser fluente em inglês. Falado e escrito!

Sólidos conhecimentos de contabilidade e engenharia financeira também são um pré-requisito. Analistas de renda variável e renda fixa, assim como os investidores institucionais, precisam de um bom interlocutor para entender os balanços e resultados da empresa, discutir aspectos ligados a modelos matemáticos e avaliação econômica. O arcabouço legal e regulatório que envolve o mercado de capitais, as práticas de transparência e a governança corporativa, cada vez mais complexo, precisa ser conhecido pelos profissionais de RI. Tais questões exigem permanente atualização e domínio de suas implicações, o que pressupõe alguma familiaridade com o mundo jurídico.

Informática também é uma área ao qual o RI deve estar atento. As exigências de informação em tempo real e de eqüidade na sua disseminação impõem a utilização de tecnologias modernas. Um website especifico, sistema de alerta por e-mail, revistas e boletins informativos são algumas das ferramentas básicas para uma comunicação adequada com investidores.

Assim é possível concluir que o profissional de RI é, por definição, um generalista. Mas com a peculiaridade de uma atuação especializada. Uma formação universitária especifica não é necessária, mais ele certamente vai precisar de bons conhecimentos de economia, administração, marketing e Direito.

ONDE ENCONTRAR O PROFISSIONAL DE RI – Como o mercado de capitais ainda é incipiente no Brasil, a maioria das empresas, mesmo as de capital aberto, nunca levaram muito a sério a relação com seus acionistas e nem com potenciais investidores. Neste cenário, não floresceram muitos profissionais especializados. Se a idéia não for roubar o profissional de outra empresa, quais as alternativas para achar o executivo certo de RI?

Evidentemente, em linha com as boas políticas de recursos humanos, iniciar a busca internamente é sempre o primeiro passo. As áreas de planejamento, controladoria, marketing e finanças seriam fornecedoras naturais.Dependendo do tamanho da equipe que se pretenda montar, uma composição com profissionais externos pode ser saudável.

A carreira de relações com investidores é também uma ótima oportunidade para determinados profissionais se reciclarem. O mercado de trabalho em instituições financeiras, por exemplo, encontra-se há algum tempo na situação oposta, com excesso de oferta de profissionais. Aqueles que eram ligados à área de vendas, captação externa, crédito ou pesquisa, entre outras, reúnem as características básicas para uma rápida conversão profissional. Executivos atuantes em serviços de consultoria especializada em planejamento e estratégia empresarial reúnem também características importantes.

O mercado de capitais brasileiro tem ainda um longo caminho pela frente. Mas já está consolidado como alternativa essencial para os acionistas controladores que pretendem seguir uma estratégia de redução do custo de capital de suas empresas no longo prazo e para os que perceberam a necessidade de utilizar as ferramentas disponíveis para perpetuá-las, evitando que se tornem reféns de conflitos societários futuros. Se isto é verdade, a carreira de Relações com Investidores é realmente promissora e reserva atrativas possibilidades de crescimento. Vale a aposta.


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