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Vale a pena acreditar

A internet se provou capaz de mudar radicalmente as formas como as pessoas se relacionam nas mais variadas esferas da vida em sociedade. E não foi diferente no mercado de capitais. Em velocidade de banda larga, a rede mundial propõe — e emplaca — um jeito novo de investir em ações, de trocar informações e de se comunicar com as companhias abertas. Sua força é tão surpreendente que cada vez mais as pessoas acreditam na possibilidade de utilizá-la para transformar alguma coisa.

Em alguns pontos delicados do funcionamento do mercado de capitais brasileiro, no entanto, ainda prevalece o ceticismo. Um exemplo é a perspectiva de a internet vir a revolucionar a forma como se fazem as assembléias de acionistas no Brasil, tratada em reportagem de Marcelo Loureiro a partir da página 32. Transmitir ao vivo os enfadonhos e burocráticos encontros que por vezes não duram mais de 15 minutos e em nada reproduzem a aclamada democracia corporativa é uma proposta que parece, à primeira vista, desconectada da realidade.

É totalmente verdadeira a constatação de que nossas assembléias não costumam ser lá muito emocionantes. Mas também é fato que existem bons motivos para acreditar numa maneira diferente de fazê-las. É bom lembrar que, por trás da pasmaceira das assembléias, estão companhias em que um único acionista (ou um grupo deles) detém a maioria do capital, enquanto a grande massa de investidores possui ações sem direito a voto. Já em tempos de companhias de capital pulverizado, sem a figura de um controlador majoritário e que emitem apenas ações ordinárias, por que não imaginar que as assembléias podem ser diferentes?

Junto com companhias mais modernas, vemos investidores mais sofisticados e ativistas em todo o mundo, atentos às questões de governança e interessados em participar da vida corporativa. Ao mesmo tempo, à luz dos juros cada vez menos estimulantes dos títulos públicos, pessoas físicas interessam-se cada vez mais pelo mercado de ações e, ao contrário do que ocorria no passado, encontram opções variadas para investir em papéis que lhes dão direito a voto e possuem alguma liquidez.

Não há dúvida de que más experiências passadas minam a disposição de tentar algo novo. Mas a própria força da internet é uma prova de que vale a pena acreditar. Somadas aos avanços experimentados pelo mercado de capitais nos últimos anos, as assembléias virtuais, dotadas de mecanismos que facilitem o voto e permitam a participação remota dos acionistas, significam uma chance real de mudar a história desses encontros.

Ainda que as reuniões Apimec, os road shows e as teleconferências cumpram um papel relevante na comunicação entre investidores e gestores, é na assembléia que o acionista tem a oportunidade de estar frente a frente — ou, no novo modelo, em conexão on-line — com a alta administração, ouvir as suas explicações para os resultados e dizer sim ou não às suas propostas. Há muito tempo a psicologia descobriu que mudar os estímulos é a forma mais eficaz de criar novos comportamentos. Pois a internet está aí como um estímulo poderoso para fazer vingar a democracia corporativa no Brasil.


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