Pacotes de remuneração de executivos transparentes, acionistas minoritários protegidos contra abusos de controladores e administradores, limites para participação de famílias em conselhos. Para investidores brasileiros, esses elementos parecem extraídos de um conto de fadas, mas foram bem reais no País do início do século 20. A constatação é do professor Aldo Musacchio, da unidade de administração de empresas, governo e economia internacional da Harvard Business School. No seu novo livro Experiments in Financial Democracy: Corporate Governance and Financial Development in Brazil, 1882-1950, o pesquisador revela um cenário que, em alguns aspectos de governança corporativa, chega a superar o atual.
Em entrevista concedida em maio à HBS Working Knowledge, publicação da escola de negócios de Harvard, Mussachio conta que investidores brasileiros daquela época compravam ações em larga escala, financiando o crescimento de empresas e o desenvolvimento econômico. O principal motivo para isso estava no grau de conforto proporcionado por esses investimentos, tamanha a transparência praticada pelas companhias. As proteções a acionistas minoritários e a obrigatoriedade de divulgação da remuneração de executivos estavam nos estatutos sociais, uma vez que as leis brasileiras do período eram fracas. Na avaliação do professor, isso contraria a tese de que o crescimento de um país depende de uma regulamentação nacional sólida. Essa situação só começou a mudar a partir de 1915, quando o mercado de capitais doméstico entrou em declínio.
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