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Um ano bom
Prêmio elege as empresas que conjugaram os melhores resultados em tempo de números robustos

, Um ano bom, Capital AbertoO prêmio As Melhores Companhias para os Acionistas de 2011 é um retrato dos bons tempos. Ou melhor, dos tempos que precederam não só a vigorosa queda da Bolsa de Valores delineada a partir de abril deste ano como também a desaceleração do crescimento econômico provocada pela crise no mercado internacional. Nos períodos analisados pelos pesquisadores, o céu ainda estava radiante. Muitas empresas criaram valor para os acionistas e registraram bom desempenho em bolsa com suas ações. As nove companhias premiadas são aquelas que conseguiram conjugar, nesse contexto de tranquilidade, os mais proeminentes resultados para os acionistas em termos de liquidez, criação de valor, desempenho das ações, governança corporativa, e sustentabilidade.

O critério de liquidez dá a partida para a seleção das vencedoras. Foram escolhidas as 100 companhias com o maior volume médio diário de negociação nos 12 meses anteriores a 1º de abril de 2011. Extraída essa lista, o próximo passo foi a medição dos outros quatro itens analisados. Parceira da CAPITAL ABERTO na execução desse prêmio desde o seu lançamento, a Stern Stewart do Brasil apurou a criação de valor — variação de 2009 para 2010 do valor econômico adicionado (EVA, na sigla em inglês) de cada companhia, indicador que representa o lucro gerado no período menos o custo do capital empregado —; e o desempenho das ações — o chamado total shareholder return, a soma da valorização das ações no pregão com os dividendos pagos, menos o custo do capital (TSR-ke).

Uma pesquisa conduzida pelo Centro de Estudos em Governança (CEG) da Fipecafi reuniu informações para a pontuação de governança. Um questionário de 24 perguntas foi aplicado para a base de cem empresas e respondido tendo como referências informações públicas, encontradas nos documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e nos sites de relações com investidores. Uma vez preenchidos, os questionários foram enviados às cem companhias para que eventuais erros fossem corrigidos. A soma dos pontos obtidos em cada pergunta levou à pontuação final registrada no item governança corporativa. Para o quesito sustentabilidade, a análise baseou-se no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBovespa. Companhias pertencentes ao indicador obtiveram pontuação adicional no cômputo total. A pesquisa como um todo foi coordenada pelo professor doutor da FEA-USP, Alexandre Di Miceli da Silveira, acadêmico renomado nas áreas de finanças e governança corporativa.

, Um ano bom, Capital AbertoA lista de vencedoras é o resultado da soma dos pontos conquistados nos quatro itens. Foram escolhidas três em cada categoria: companhias com valor de mercado até R$ 5 bilhões; entre R$ 5 bilhões e R$ 15 bilhões; e superior a R$ 15 bilhões. SulAmérica, Marcopolo e Duratex despontaram pela primeira vez no prêmio; Odontoprev tornou-se bicampeã (2011 e 2009); Bradesco ingressou no grupo pela terceira vez (2011, 2007 e 2006). BR Foods e Brookfield já apareceram no pódio antes, mas no papel de Perdigão e Company, respectivamente, companhias que as precederam antes das fusões. E a Natura amealhou sua quarta medalha, que será adicionada ao primeiro lugar a que chegou em 2009 e 2010 e à terceira posição obtida em 2006.

Os prósperos ventos da economia fizeram dos resultados de EVA a boa surpresa do ano. Da amostra de companhias analisada, 42% registraram uma variação positiva em seus EVAs de um ano para o outro. Em 2010, 24% da base havia obtido o feito. Em 2009, apenas 20%. No item que reflete o desempenho em bolsa, medido entre 31 de maio de 2010 e 31 de maio de 2011, o resultado também melhorou: 20% da amostra garantiu um TSR-ke negativo dessa vez, ante 21% em 2010. No prêmio de 2009, praticamente todas as companhias analisadas haviam apresentado TSR negativo.

Algumas empresas tiveram valorizações surpreendentes nesse quesito, mas não suficientes para lhes render um posto dentre as vencedores. Foi o caso de Hypermarcas, que exibiu um TSR positivo de 105,5% no período analisado, mas um desempenho de EVA e em governança inferiores à mediana de sua categoria. Cia. Hering, Lojas Marisa e Iochpe Maxion também são exemplos de companhias que apresentaram um excelente retorno total para o acionista, mas não passaram no crivo da governança.

, Um ano bom, Capital AbertoOs aspectos EVA e governança têm peso maior no cômputo total que o TSR e o ISE. O princípio é o de que ambos são mais relevantes para apontar a competência dos administradores da companhia do que o desempenho das cotações, que está sujeito a uma série de fatores imponderáveis. Por sua importância, um e outro mereceram uma análise isolada em 2011, e as empresas mais bem posicionadas nesses dois aspectos em relação a toda a amostra foram destacadas (veja matéria sobre a campeã do Destaque de Governança na página 12).

Este ano, lançamos também, o Destaque EVA, no qual a Cia. Hering foi premiada. A eleição baseou-se tanto nos EVAs absolutos registrados pelas empresas da amostra nos anos de 2009 e 2010 como na variação do indicador de um ano para o outro. A Cia. Hering mereceu o destaque por obter o melhor resultado conjugado de EVA absoluto e variação de EVA. As nove vencedoras e as duas companhias que receberam os “Destaques” serão homenageadas em comemoração marcada para o dia 4 de outubro, no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo.

Cia. Hering é destaque em criação de valor

A camiseta pode ser básica, mas o EVA — estimativa de lucro econômico depois de subtrair todas as despesas operacionais — definitivamente não é. Segundo cálculos da Stern Stewart, o resultado operacional da Cia. Hering, após impostos, subiu R$ 78 milhões entre 2009 e 2010. Nesse mesmo período, o encargo de capital cresceu apenas R$ 13 milhões. Isso gerou à Cia. Hering uma melhoria de EVA de R$ 65 milhões, fruto de uma combinação de marcas fortes e de um modelo de negócios diferenciado. O resultado garantiu à empresa o troféu Destaque em EVA, lançado este ano pelo prêmio As Melhores Companhias para os Acionistas.

Há 131 anos no mercado, a Cia. Hering deixou de ser apenas uma fabricante de roupas para se tornar também varejista. Em 1993, abria a loja-piloto da rede Hering Store, no Shopping Via Parque, no Rio de Janeiro. Hoje, são quase 400 lojas da marca. Dessas, 71 foram inauguradas em 2010, 22 a mais que o previsto no plano de expansão original. Para quem não sabe, a companhia atua no varejo com mais três marcas além da tradicional: Hering Kids, PUC e dzarm. No ano passado, todas elas apresentaram crescimento em vendas de dois dígitos, com destaque para o desempenho da Hering, que representou 76,2% das vendas totais da empresa no ano.

“A marca Hering está longe do seu potencial máximo. Com base em dados socioeconômicos recentes como renda, potencial de consumo e distribuição geográfica, vemos espaço para chegar a mais de 600 lojas da marca”, afirma Frederico de Aguiar Oldani, diretor de relações com investidores (RI) da Cia. Hering.

No Brasil, a companhia atua com três canais de distribuição: lojas próprias e franqueadas; lojas de varejo multimarcas; e webstores. Segundo Oldani, esse modelo permite que a empresa invista pouco capital nessa etapa, mas ainda assim consiga ter uma boa capilaridade de distribuição dos seus produtos. Ao fim de 2010, a companhia contava com 15.853 clientes, dos quais 12.461 somente da marca Hering.

Outro ponto forte da empresa é seu modelo de produção, que mistura fabricação própria com terceirizada. Atualmente, cerca de 75% da receita da Cia. Hering vem de um modelo híbrido, no qual a empresa fabrica as peças, mas terceiriza alguma etapa da produção — costura, principalmente. Outros 25% da receita vem de produto final comprado pronto. “Isso permite que a companhia capte valor nas três etapas da cadeia de vestuário: produção, gestão de marcas e varejo”, ressalta Oldani. (Luciana Tanoue)


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