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Tudo cor-de-rosa
Favorecida pelo crescimento da classe C, Marisa eleva o número de inaugurações de lojas este ano

, Tudo cor-de-rosa, Capital AbertoO cenário não poderia ser mais promissor para a Marisa, quarta maior rede de lojas de roupas do País. As vendas da varejista crescem a taxas de dois dígitos neste ano, em torno de 20%, e superam o desempenho de suas concorrentes listadas na Bolsa, a Lojas Renner e a Riachuelo. Embora preterida por grandes investidores, devido à pouca liquidez, suas ações saltaram, de novembro de 2009 a maio de 2010, de R$ 8,60 para R$ 17,42, uma valorização de 102,55%.

Numa temporada em que a classe C está em alta e virou moda entre as empresas de consumo, a Marisa acertou em cheio no figurino. Considerada a Casas Bahia do setor de vestuário, a rede sempre manteve seu foco no público de baixa renda, enquanto a Renner e a C&A buscaram sofisticar o mix de produtos ao longo dos últimos anos.

O grande trunfo da Marisa é a sua forte presença no segmento feminino. “Os números da companhia confirmam as estatísticas de que a mulher continua sendo o carro-chefe do consumo”, observam os analistas da Coinvalores Sandra Peres e Jean Karlus em relatório sobre o desempenho da Marisa no primeiro trimestre deste ano. Marcel Moraes, analista do banco Credit Suisse, também está otimista sobre os resultados da companhia. “A Marisa excedeu mais uma vez as nossas estimativas e acreditamos que continuará mostrando um forte desempenho ao longo do ano”, disse em relatório.

Nos três primeiros meses de 2010, as vendas líquidas da Marisa cresceram 25,2% em comparação com o mesmo período de 2009, totalizando R$ 316,9 milhões. O principal indicador utilizado pelo varejo para medir o real desempenho do consumo — as vendas nas mesmas lojas existentes em igual período do ano anterior (same store sales) — também foi positivo: registrou crescimento de 19,2%. Esse mesmo indicador atingiu 15,1% na Lojas Renner e 12,1% na Riachuelo.

O anúncio da Marisa de que irá acelerar o seu plano de expansão neste ano também colaborou para que o preço das ações decolasse no pregão. A meta é elevar de 28 para 39 o número previsto de inaugurações de lojas. Segundo Moraes, do Credit Suisse, essas aberturas aumentarão em 17% a área de vendas da companhia.

Atualmente, as lojas de rua da Marisa apresentam desempenho superior às localizadas em shopping centers. As unidades em funcionamento há mais de um ano cresceram 21,7%, 2,5 pontos percentuais acima da média da rede. Pelo seu posicionamento de mercado, a Marisa mantém metade das suas 225 lojas fora dos grandes centros de compra. A Renner, ao contrário, concentra 114 de suas 121 unidades em shopping. No caso da Riachuelo, cerca de 40% dos 107 pontos de venda localizam-se na rua e 60% em shopping.

Diante dos bons resultados, o analista do Credit Suisse elevou o preço-alvo das ações da Marisa de R$ 13 para R$ 18,5, um incremento de 42%. Esse aumento, registrado em relatório divulgado em 8 de fevereiro, veio acompanhado de outra boa notícia. As ações da loja feminina estavam sendo negociadas por 13,8 vezes o lucro estimado para 2010 preço/lucro — P/L), de R$ 174 milhões, o que representava, à época, um desconto de 39% em relação à Renner e de 29% em comparação com as varejistas globais de vestuário. Ou seja, investir na Marisa parecia ser um ótimo negócio.

Mas nem todos se deixam seduzir pelas ações da varejista, que abriu o capital em 2007. Diferentemente do que ocorre com a Lojas Renner, não são muitos os analistas que têm interesse em acompanhar o desempenho da Marisa. Dois motivos podem estar por trás dessa preferência. A Renner, por ter seu capital pulverizado na bolsa, tem liquidez superior à da Marisa, que possui 27% do seu capital total negociado no pregão. Enquanto a primeira é reconhecida por ter sua gestão pilotada por profissionais de mercado, a segunda está nas mãos da família Goldfarb, que detém o seu controle acionário. Márcio Goldfarb, filho do fundador, ocupa os cargos de presidente do conselho de administração e presidente executivo da companhia.

Outro aspecto que tem chamado a atenção dos investidores são as especulações sobre uma possível consolidação no setor de vestuário. Espera-se que, em breve, ele passe por uma onda de fusões e aquisições, semelhante ao que aconteceu com as lojas de eletrodomésticos, com as associações da Casas Bahia e Ponto Frio (Grupo Pão de Açúcar) e da Insinuante e Ricardo Eletro. Nesse jogo, investidores e analistas fazem suas apostas sobre as várias combinações possíveis. Fontes do setor acreditam que, no futuro, a Marisa possa unir forças com a Renner ou a C&A.

A Renner estava em processo avançado de negociações com a Leader, do Rio de Janeiro, mas a aquisição foi atropelada pela crise, em 2008. Desde então, muito se fala sobre uma retomada no processo de aquisições pela varejista. Goldfarb revelou, em entrevista à imprensa, que está avaliando possíveis compras. Em seu alvo, estariam redes voltadas a um público de renda mais alta, o que seria complementar à Marisa.


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