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Trânsito que dá lucro
Aumento no tráfego nas rodovias dá novo fôlego para o crescimento da OHL Brasil

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Maior companhia do setor de concessões de rodovias no Brasil em quilômetros administrados, a Obrascón Huarte Laín Brasil (OHL) respira aliviada. Longe dos efeitos negativos da crise financeira, a empresa comemora a volta do movimento intenso de veículos às suas estradas e também o segundo lugar no ranking As Melhores Companhias para os Acionistas da CAPITAL ABERTO, dentre as companhias com valor de mercado de até R$ 5 bilhões. O volume de tráfego pedagiado da OHL — que se responsabiliza, atualmente, por 3.226 quilômetros de rodovias federais e estaduais — cresceu 28,9% no segundo trimestre de 2010, em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido da companhia nesse intervalo, por sua vez, atingiu R$ 62,6 milhões, um aumento de 36,7% comparado ao segundo trimestre de 2009.

Impulsionadas por esses fatores, a companhia ganhou nota nove no quesito total shareholder return (TSR), bem acima da mediana de 5,5 da sua categoria. No intervalo analisado para o ranking (31 de maio de 2009 a 31 de maio de 2010), o retorno total (incluindo dividendos) da ação menos o custo de capital do acionista atingiu 99%. Segundo
Alessandro Levy, gerente de relações com investidores (RI) da OHL, o período coincide com o momento em que a empresa conseguiu estruturar melhor suas operações, mudando a percepção do mercado em relação ao potencial de valorização dos papéis.

Entre o fim de 2008 e início de 2009, a OHL vivia tempos de inferno astral. A companhia viu o valor das suas ações despencarem em razão da queda do volume de tráfego pedagiado das rodovias e de um grande ceticismo dos investidores em relação ao seu desempenho econômico-financeiro. A diminuição do trânsito, principalmente nas rodovias federais do grupo, produziu resultados 25% aquém dos esperados. Esse quadro reforçou as suspeitas de que a OHL não seria capaz de montar um modelo de negócio rentável. “Vínhamos enfrentando a desconfiança do mercado desde que conquistamos a concessão de cinco rodovias federais em 2007”, lembra Francisco Leonardo Moura da Costa, diretor financeiro e de RI da OHL.

O mercado acreditava, na época, que os lances dados pela empresa para conquistar as concessões implicariam taxas baixas de retorno. Além disso, com as novas rodovias, o programa de investimentos atingia a marca de R$ 4,5 bilhões, o que provocava descrença em relação à capacidade de a empresa obter os recursos necessários. Havia quem acreditasse ainda que a OHL não conseguiria cumprir o cronograma de instalação das praças pedagiadas, por causa do tempo tomado por processos de licenciamento ambiental e das desapropriações necessárias.

Em 2009, receitas da OHL cresceram 64% com a entrada em operação de 23 novas praças de pedágio nas rodovias federais

A situação começou a mudar quando a companhia obteve, no primeiro semestre de 2009, um empréstimo-ponte de cerca de R$ 1 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). Com mais dinheiro no caixa e com a superação da crise pelo País, a OHL ganhou fôlego para continuar seus projetos e fechar o ano no azul. Em 2009, o lucro líquido foi de R$ 176,3 milhões, um crescimento de 67,2% em relação ao ano anterior. A receita também cresceu 64% com a entrada em operação de 23 novas praças de pedágio nas rodovias federais que, somadas às cinco anteriormente implantadas, atingiu o total de 28 postos de arrecadação.

No relatório anual do grupo, José Carlos Ferreira de Oliveira Filho, diretor-presidente da empresa, ressaltou que “a concessão desse nível de financiamento pelo BNDES demonstra confiança na qualidade e responsabilidade profissional na operação e administração das concessões da OHL.

, Trânsito que dá lucro, Capital AbertoA empresa não se saiu muito bem na questão valor econômico adicionado (EVA, na sigla em inglês). A OHL registrou uma variação negativa de 0,5% desse indicador entre 2008 e 2009. Mesmo assim, obteve nota 9 nesse item, reflexo do fato de a maior parte das companhias da mesma categoria terem apresentado desempenho inferior. De acordo com Levy, isso acontece porque a OHL atua em um segmento com retorno de longo prazo. “Temos as concessões de nove rodovias, das quais cinco são projetos que estamos começando agora, com um programa de investimentos pesados. Vamos ter o retorno disso em 15 anos”, explica.

Se derrapou em EVA, a OHL deixou as companheiras para trás em governança corporativa. Obteve nota 9,36, bem acima da mediana de 8,05 de sua categoria. A empresa só não tirou dez porque ainda não cumpre algumas práticas importantes. Não tem, por exemplo, uma política formal e detalhada sobre transações com partes relacionadas nem política de gerenciamento de risco aprovada pelo conselho de administração. Além disso, não possui um comitê de auditoria composto somente de conselheiros e com pelo menos um membro independente. Mas esse último ponto está sendo observado pela companhia e deve ser incorporado com o tempo, garante Levy.


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