Uma joint venture formada por um grupo local com estrutura piramidal de controle e outro estrangeiro com uma composição societária clássica tem menos chances de sucesso que uma sociedade entre dois grupos de estruturas tradicionais. A conclusão está no estudo Innocents Abroad: The Hazards of International Joint Ventures with Piramidal Group Firms, do trio Susan Perkins, Randall Morck e Bernard Yeung, que usou as joint ventures do setor de telecomunicações brasileiro como exemplo.
O estudo apresenta como explicação para o resultado a pouca familiaridade de grupos estrangeiros com a formação piramidal, na qual um acionista controla várias empresas por meio de posições alavancadas com ações preferenciais. O poder de decisão do controlador em empresas piramidais é bem maior que sua participação econômica no negócio, um risco de governança difícil de ser medido por um estrangeiro, segundo os autores. A conseqüência mais perversa dessa estrutura é o desalinhamento de interesses entre controlador e companhia, uma armadilha que pode levar a decisões benéficas para outras empresas do mesmo controlador, em prejuízo dos interesses dos minoritários na parceria.
Um dos casos citados no estudo ilustra bem o truncado desenho de grupos piramidais. Em 1998, a sul-coreana SunKyong Telecom (SK) criou a ATL, joint venture com uma empresa do grupo brasileiro Algar, de estrutura piramidal. A SK forneceu parte do capital e a tecnologia CDMA para a ATL, mas delegou o controle à sócia. A SK desconfiou do empenho da parceira e descobriu que o Algar tinha participação em outra operadora que usava a tecnologia rival TDMA, contam os autores. Em 2000, a SK deixou a sociedade.
Os autores recomendam aos estrangeiros descobrir o verdadeiro controlador de suas sócias e os outros negócios dele antes de entrarem no negócio. Indicar o CEO e membros do conselho também aumenta as garantias dos sócios estrangeiros, segundo os pesquisadores.
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Acesse o estudo completo do National Bureau of Economic Research.
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