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Sede de vitórias
Para a Lojas Renner, ir bem com o setor de varejo não basta — é preciso ser melhor

, Sede de vitórias, Capital AbertoQuando soube do primeiro lugar alcançado pela Lojas Renner no ranking As Melhores Companhias para os Acionistas da CAPITAL ABERTO, na categoria de valor de mercado de até R$ 5 bilhões, o diretor-presidente José Galló, mesmo demonstrando a natural satisfação, ficou preocupado. “Precisamos erguer a barra para mantermos a posição no ano que vem. Os campeões tornam-se referência a ser batida pelos concorrentes”, afirma. Esse perfeccionismo de Galló reflete-se na obstinação da empresa por se destacar em um segmento que, além de muito competitivo, obteve um ótimo desempenho no último ano. “Essa busca pelo melhor explica, em grande parte, o lugar mais alto do pódio”, opina o CEO da rede de varejo gaúcha.

Se a economia do País foi bem durante a crise — proporcionando ótimas condições para o fortalecimento do consumo interno, e, portanto, do setor de varejo como um todo —, a Renner foi ainda melhor. Com uma estratégia focada em produtos financeiros e na otimização do gerenciamento de estoques, a empresa conseguiu resultados operacionais muito bons em 2009, e ótimos em 2010. O balanço do ano passado apontou lucro líquido de R$ 189,6 milhões, 16,7% maior que o de 2008. Já no primeiro trimestre de 2010, o lucro líquido inflou incríveis 239,8% em relação ao mesmo período de 2009, passando de R$ 10,9 milhões para R$ 36,9 milhões.

A companhia obteve variação de 0,3% no valor econômico adicionado (EVA, na sigla em inglês), entre 2008 e 2009. O desempenho, aparentemente modesto, esconde um grande feito, pois a Renner foi uma das três companhias dentre as 34 de sua categoria (as outras foram Panamericano e Totvs) a apresentar variação positiva do indicador.

Após um começo de 2009 trôpego em função dos primeiros meses de crise financeira global, a Lojas Renner recuperou suas vendas em sintonia com o retorno do ânimo do consumidor brasileiro. Seu desempenho em 2009 já se mostrou melhor que no ano anterior, com o lucro líquido operacional alcançando R$ 272 milhões, ante R$ 228 milhões. No primeiro trimestre de 2010, a parte operacional lucrou R$ 55,9 milhões, mais de 240% acima do obtido um ano antes.

Com o trabalho de incentivo à participação em assembleias, a empresa vem conseguindo quóruns de quase 40% nos últimos encontros

Além da boa situação macroeconômica do País, Galló atribui os bons números a um eficiente controle de estoques, que gerencia as mercadorias por cor, tamanho e mix de produtos e garante um processo logístico mais ágil. Com esse sistema, diz o CEO, a companhia conseguiu organizar o sortimento de produtos conforme a localização das lojas, permitindo atender a diferentes mercados, conforme características climáticas, classes sociais e outras variáveis. “A Renner aprimorou sua oferta de produtos, fez ajustes importantes e, consequentemente, trouxe maiores acertos nas operações do Norte e Nordeste”, ressalta.

Cabe destaque também para a área de serviços financeiros, cujo resultado em 2009 (R$ 96,7 milhões) foi 24,4% mais polpudo que o apresentado um ano antes (R$ 77,8 milhões). “Além de emprestar mais, a Renner conseguiu controlar bem os níveis de inadimplência”, observa Rafael Cintra, analista da Link Investimentos.

Esses resultados renderam à companhia gaúcha uma nota 9 no quesito total shareholder return (TSR). O retorno total (incluindo dividendos) da ação da Renner menos o custo de capital do acionista foi de 91%. Em 2009, somando-se dividendos e juros sobre capital próprio, foram distribuídos R$ 142,2 milhões. Em 2008, o valor foi de R$ 45,1 milhões.

Em governança corporativa, a nota da Renner foi 8,72, próxima da mediana de 8,05 da sua categoria. Seu desempenho nesse quesito só não foi melhor porque a companhia ainda não segue algumas boas práticas. A empresa não possui, por exemplo, políticas formais e detalhadas para transações com partes relacionadas e gerenciamento de riscos.

, Sede de vitórias, Capital AbertoOutro ponto negativo é o fato de seu estatuto social apresentar uma “cláusula pétrea” em seu mecanismo de proteção à dispersão acionária, também conhecida como poison pill. Essa cláusula impõe um grande ônus ao acionista que propuser a extinção ou mesmo mudanças na pílula. O CEO conta que a Renner vem discutindo profundamente o assunto e, quem sabe, a companhia não ganhe mais um ponto no próximo ranking. Por enquanto, o parágrafo 11 do artigo 43 de seu estatuto determina que o acionista que votar a favor de alteração ou exclusão da poison pill será obrigado a realizar uma oferta de aquisição de ações (OPA) ao restante dos acionistas.

E como pode uma companhia de capital pulverizado como a Lojas Renner — a primeira do País a atingir essa condição — dispensar o uso de sistemas eletrônicos de votação? Para seu CEO, a gigante gaúcha ainda não vê necessidade de implantar o sistema. Com o trabalho de incentivo à participação do acionista em assembleias, feito pelo departamento de relações com investidores, a empresa vem conseguindo quóruns de quase 40% nos últimos encontros, garante Galló.


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