A implementação do say on pay — termo usado para o sistema que submete a remuneração dos executivos ao voto dos acionistas — mudou as políticas de salários nas companhias britânicas. Foi essa a principal mudança percebida em um estudo feito pela Harvard com 600 empresas britânicas, entre 2000 e 2005. Após a concessão aos acionistas, em 2002, do direito de deliberar em assembleia sobre a remuneração dos executivos, os planos de remuneração mudaram. Políticas controversas, como generosos contratos particulares e disposições que permitiam a revisão das condições de desempenho, foram trocadas, por exemplo, por programas de opções com períodos de lock up, um período obrigatório de manutenção do papel após o bônus.
Do grupo de 30 companhias cujos acionistas apresentaram a maior rejeição ao plano de remuneração em 2002, metade eliminou ou reduziu esse tipo de benefício dos CEOs no ano seguinte. Em todas as 350 companhias analisadas, a média de votos contrários ao plano, em 2003, foi de 14,6%.
As 30 companhias em que o plano de remuneração teve o pior desempenho em assembleia, além de melhorarem a relação entre o ganho do CEO e o desempenho da empresa, contrataram consultorias para recolher sugestões dos acionistas. Do grupo, cerca de 25% creditaram as mudanças implantadas no ano seguinte às sugestões da base acionária.
Bonificar o CEO com ações no lugar de dinheiro foi outra decisão popular entre essas companhias. A mudança veio acompanhada, invariavelmente, de exigências de lock up. Outro ponto analisado pelo estudo, o montante recebido pelo CEO, pouco mudou com o say on pay. Variações na remuneração do executivo estariam relacionadas com as condições econômicas e não com a divulgação do plano de salários. Isso leva a crer, de acordo com os pesquisadores, que os acionistas estão mais preocupados com a forma do que com o volume da remuneração.
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