O Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri) lançou no fim de dezembro a Certificação do Profissional de Relações com Investidores (CPRI). O objetivo é estimular as empresas a transformarem essa chancela em requisito de contratação. Para recebê-lo, o profissional precisará prestar uma espécie de “vestibular” que avaliará seus conhecimentos em contabilidade, finanças, comunicação e direito. A organização ficará a cargo da Fundação Getulio Vargas (FGV). O conteúdo será desenvolvido pela Fipecafi; e a correção, feita pela Prepona. As primeiras provas serão aplicadas em junho de 2013.

Serão dois níveis de certificação: o CPRI 1, para profissionais que estão começando na área; e o CPRI 2, para RIs com no mínimo cinco anos de experiência na função; ou mais de oito anos em cargo gerencial de qualquer área; ou que já tenham obtido o CPRI 1 há mais de três anos. Uma vez certificados, os profissionais poderão renovar o título a cada três anos. Para isso, precisarão fazer uma nova prova, pautada pelas especificidades do mercado no momento.

Segundo Diego Barreto, vice-presidente do Ibri, o projeto é uma ideia antiga, que desde 2004 estava sendo discutida pela instituição. A preocupação era lidar com o grande número de profissionais de relações com investidores (RI) que migravam de outras áreas da empresa para exercer a função.

Do ponto de vista do mercado, a novidade agradou. Para Maria Inês Ramos, superintendente de RI do Bicbanco — e que atua há mais de dez anos na área — a certificação atende a uma demanda que vem desde a onda de IPOs em 2007, quando as empresas que abriram capital tiveram de criar departamentos de RI. No longo prazo, Maria Inês acredita que o certificado será imprescindível. “Para as empresas, é essencial um profissional que tenha pleno conhecimento das exigências dos órgãos reguladores. Isso evita que ela fique exposta a penalidades e riscos”, diz. O Ibri lançará um site para inscrições em março de 2013, que ficará aberto até junho.