Manual de proteção
Niri apresenta lista de mandamentos e atitudes a evitar na relação com o ativista

Fabi Gold PB novoVelozes, furiosos e muito conectados. Esse foi o lema da Conferência do National Investor Relations Institute (Niri), maior e mais abrangente evento global de relações com investidores (RI), que reuniu em junho, em Las Vegas, mais de 1.400 participantes de todo o mundo. Tive a oportunidade de participar como membro do comitê de organização.

O tema mais abordado foi, sem dúvida, o ativismo de investidores. Cinco sessões trataram do assunto. Alguns deram dicas de como as empresas — dos RIs aos membros do conselhos de administração — podem se proteger de campanhas ativistas. Foi nessa linha o interessante workshop “Shareholder activism: hands-on preparation for real-life scenarios” (Ativismo do acionista: preparação prática para cenários reais). Houve uma simulação de campanha de ativismo, em um processo de proxy voting (voto por procuração). Divididos em grupos, os consultores que apresentaram o painel orientaram os participantes nas fases distintas e sequenciais da disputa: contato inicial com o ativista; reação das áreas internas, incluindo o RI; engajamento do diretor-presidente e do conselho; e a divulgação pública da evolução da disputa.

Com o passo a passo, as equipes foram desafiadas a construir sua própria estratégia. Ao fim, houve um debate sobre o resultado provável e os cenários alternativos. Apresentaram-se os dez “dos” (mandamentos) e “don’ts” (atitudes a evitar) com relação ao ativismo, que compartilho aqui:

Os dez “dos”
1. Saia a campo.
2. Mantenha uma comunicação eficiente entre todos os times internos envolvidos.
3. Defina suas mensagens centrais.
4. Seja avaliado por suas respostas.
5. Seja proativo.
6. Mantenha seus acionistas próximos.
7. Esteja preparado para dar respostas rápidas à escalada da disputa.
8. Enfatize a independência do conselho e as boas práticas de governança da companhia.
9. Dê provas de seu engajamento.
10. Seja ágil.

Os dez “don’ts”
1. Não seja defensivo nem se envolva em ataques pessoais.
2. Não crie a percepção de que a administração domina a empresa ou que o conselho não está totalmente envolvido.
3. Não esteja fechado a alternativas nem se recuse a interagir com o dissidente.
4 Não assuma que os acionistas ou a mídia irão enxergar os erros de argumentação do dissidente.
5. Não conte com um conjunto de mensagens muito amplo nem responda a cada um dos ataques do dissidente.
6. Não realize ações estratégicas relevantes (como aquisições) ou financeiras (por exemplo, follow-ons) que não sejam críticas para essa disputa.
7. Não mude regras de governança nem tome outras ações táticas que possam ser avaliadas como desvantajosas para o dissidente.
8. Não realize mudanças estratégicas relevantes, visando aplacar o dissidente, que sejam incompatíveis com os objetivos estratégicos, operacionais ou financeiros de longo prazo da empresa.
9. Não seja inflexível diante do dissidente ou de ataques de novos dissidentes.
10. Não assuma que uma recomendação negativa de empresas de consultoria de proxy é definitiva.

Ainda tivemos acesso a discussões a respeito de como as disputas entre acionistas ativistas e as empresas americanas acontece publicamente, por meio das mídias sociais, como o embate entre Carl Icahn e o Ebay. O Twitter e o Stockwits, plataforma que congrega investidores e traders americanos, já são claramente ferramentas de comunicação utilizadas por investidores nos Estados Unidos que buscam agilidade e abrangência.

Apesar de parecer uma realidade distante, já temos casos de dissidência aqui no Brasil. E, como praticamente todas as empresas nacionais têm acionistas estrangeiros, não será de se estranhar que essa discussão aumente de volume por aqui num futuro bem próximo. A conferir.


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