Em 2008, uma pesquisa promovida pela Securities and Exchange Commission (SEC) com mil investidores revelava a pouca utilidade dos relatórios anuais para esse público: apenas 3% dos entrevistados afirmaram, na época, usá-lo como fonte principal de informação para sua decisão de investimento. Passados três anos desde a publicação do levantamento, os índices de leitura do documento continuam baixos, a despeito dos investimentos em design e formatos criativos para torná-los mais atraentes. Recentemente, um estudo feito com 630 investidores canadenses indicou que somente 12% deles leem os relatórios em suas pesquisas de investimento.

Apesar dos números decepcionantes, as companhias continuam investindo na produção do material, seja ele online ou impresso. “O que está havendo é uma redução da quantidade de relatórios em papel”, afirma Bruce Weiner, vice-presidente da área de comunicação customizada da Merrill Corporation, multinacional que atua no segmento de impressão de informações financeiras. Ele considera que os relatórios do passado eram destinados a investidores e acionistas; os de hoje visam a atingir uma gama muito maior de públicos, como clientes, fornecedores e funcionários. Por isso, a tendência, para Weiner, é que os relatórios não deixem de ser produzidos pelas empresas, mesmo apresentando baixa leitura entre os investidores.

Na opinião do executivo, tanto os relatórios impressos como os online têm espaço nas companhias, uma vez que possuem apelos diferentes. Os feitos em papel têm a vantagem de ser colocados na frente do investidor, instigando-o à leitura. Já a versão online exige uma atitude proativa do leitor, que pode não ocorrer.