Os profissionais de investimento brasileiros nunca foram tão cobiçados pelas organizações que oferecem certificados internacionais. Diante da importância que o Brasil vem ganhando no mundo, entidades renomadas como o CFA Institute e a Association of Certified International Investment Analysts (ACIIA) traçam estratégias para ganhar espaço no País.
O CFA anunciou que abrirá, em breve, um escritório na América Latina. O objetivo é ficar mais próximo dos países da região e, em especial, do Brasil. “No Canadá, onde estimamos que a quantidade de profissionais de investimento é praticamente a mesma do Brasil, em torno de 100 mil, o CFA tem 13 mil membros. No Brasil, esse número não passa de 400”, compara Robert Johnson, diretor do CFA Institute. No mundo, o CFA tem 104 mil membros em 136 países. Desse total, cerca de 1.000 estão na América Latina.
A ACIIA possui um desafio ainda maior que o CFA no Brasil. Até hoje, nenhum profissional de investimento brasileiro obteve a sua certificação, denominada CIIA. Ela é oferecida no País pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), uma das fundadoras da ACIIA. Diferentemente do Chartered Financial Analyst (CFA), que é reconhecido globalmente, a CIIA é válida apenas na Europa e na Ásia.
Para dar uma reviravolta nesses números, ambas as associações estão investindo em educação. Desde o ano passado, o CFA Institute vem fechando parcerias com universidades brasileiras. O Insper foi a primeira instituição de ensino no Brasil a integrar essa iniciativa, seguida da PUC-Rio. Para Johnson, a inclusão, na grade curricular dos alunos, de uma parte do conteúdo sobre o qual os analistas de investimentos são avaliados para obter a certificação do CFA, ajuda a preparar os estudantes para os exames. Dos 46.644 candidatos em todo o mundo que se inscreveram para as provas de Nível I do CFA Institute em 2010, apenas 36% foram aprovados. No Brasil, 643 candidatos fizeram a prova em 2010, um aumento de 19% comparado a 2009. Os exames do CFA são divididos em três níveis e avaliam os conhecimentos dos profissionais em temas como ética e padrões profissionais, valorização de ativos, gestão de portfólio e gestão de fortunas. As provas são em inglês e seguem um padrão em todos os lugares do mundo.
A estratégia da ACIIA passa pela abertura, ainda este ano, de um curso preparatório para os analistas brasileiros que quiserem obter sua certificação. O treinamento será organizado pela Apimec, em parceria com a European Federation of Financial Analysts Societies (Effas), também membro fundadora da ACIIA. Para ter direito à certificação no Brasil, além da aprovação no Programa de Certificação da Apimec que confere o Certificado Nacional do Profissional de Investimento (CNPI), o analista precisa passar em dois níveis de exames. “Hoje, nós temos 500 profissionais com potencial para obter a CIIA. Destes, 100 têm interesse na certificação”, conta Lucy Sousa, presidente da Apimec Nacional. Segundo ela, também está em estudo a criação de uma federação ibero-americana de analistas de investimentos, que representará a ACIIA nessa região. A associação já é representada, na Europa, pela Effas e, na Ásia, pela Asian Securities Analysts.
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