Os balanços de algumas construtoras em 2010 jogaram um banho de água fria sobre os investidores. Os destaques negativos da safra foram a pequena Trisul e a gigante Cyrela, com margens líquidas de 5% e 5,9%, respectivamente, no quarto trimestre. O resultado é menos da metade do auferido em 2009 e está próximo aos índices de construtoras que acabaram sendo vendidas durante a crise, como a Abyara. Refletindo o temor dos investidores, o Imob — índice das empresas do setor — recuou cerca de 15% entre novembro de 2010 e o fim de abril.
O aumento de custos foi o grande vilão. A Cyrela vendeu R$ 6,1 bilhões no ano, 17,8% mais que em 2009. Ao mesmo tempo, viu o lucro do período despencar em proporção parecida (17,7%). A última linha do balanço marcou R$ 600 milhões em 2010, contra R$ 729 milhões do ano anterior. O problema maior ficou no quarto trimestre. A companhia fez um levantamento de suas obras espalhadas pelo País e reviu o orçamento de algumas. O resultado: uma correção de R$ 367 milhões nos custos.
“Os gastos com mão de obra se expandiram”, informou a administração da empresa. Com o mercado aquecido, tem faltado pessoal capacitado e sobrado aumento de salários. A aposta em produtos para a baixa renda também impactou as margens. Nesse segmento, o espaço para correção dos preços dos imóveis é quase nulo, motivo que levou a Cyrela a diminuir os lançamentos com esse perfil no último trimestre. A Trisul fez o mesmo. Identificada por seus produtos de médio e alto padrão, a construtora se atrapalhou ao focar imóveis para baixa renda. No quarto trimestre, a margem líquida da companhia foi negativa em 10%. O prejuízo chegou a R$ 18 milhões e incentivou a volta às origens.
Na contramão da Trisul e da Cyrela, a Rossi, tradicionalmente dedicada à baixa renda, espera repetir em 2011 os 50% de VGV obtidos nesse segmento. “A companhia tem vantagens tecnológicas”, explica o diretor de relações com investidores Cássio Audi, citando as seis fábricas de pré-moldados da empresa, que podem reduzir em até três vezes o tempo de duração e o custo de uma obra. Espalhadas pelo País, as fábricas ficam no Rio Grande do Sul (2), São Paulo (2), Espírito Santo e Amazonas. O lucro da Rossi em 2010, de R$ 350 milhões, foi 72% superior ao do ano anterior.
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