Reforçar e reconhecer o papel dos conselheiros de administração na criação de valor sustentável. Esse deve ser o objetivo de uma companhia ao contratar esses profissionais.Assegura-se, assim, que os resultados obtidos atendam às expectativas dos acionistas e que os riscos estratégicos estejam sob controle e em níveis compatíveis com a capacidade de gestão.
A remuneração variável dos conselheiros é o melhor mecanismo para alinhar os interesses desses profissionais com os objetivos de criação de valor para os acionistas. Por isso, deve ser estruturada de forma que a valorização da companhia implique também maiores ganhos para eles. O modelo variável permite reconhecer e premiar distintamente os que contribuíram mais ou menos para o alcance das metas.
Entretanto, como a valorização da companhia não reflete apenas os seus resultados no curto prazo, mas também os impactos esperados de decisões estratégicas de maior maturação — como a entrada em novos mercados ou aquisições —, é importante que o modelo de remuneração não induza a uma visão de curto prazo. O pagamento através da concessão de “restricted stocks”, que geralmente possuem um prazo de carência para a sua alienação, tem se revelado o mais efetivo para manter o alinhamento de interesses.
É recomendável que as empresas associem esse programa a um processo de avaliação do conselho e de cada um de seus membros. Isso permite conhecer a contribuição real desse grupo à valorização da companhia e identificar os profissionais mais destacados. Com isso, ganha-se maior objetividade tanto para o estabelecimento de um valor total de remuneração variável a ser destinado ao conselho como para a distribuição dessa quantia entre seus membros.
Para que essa distribuição seja feita de forma justa, é necessário definir claramente o que se espera de cada um dos conselheiros. Isso pode ser feito a partir de um trabalho de identificação de quais competências e tipos de contribuições a companhia demanda, de modo a compor o conselho com profissionais que tenham perfis complementares e atendam às necessidades da empresa.
Os pontos cobertos acima são comprovados pelo Board of Directors Study, pesquisa realizada pela Korn/Ferry com empresas dos Estados Unidos, Europa e Ásia-Pacífico. A mais recente edição, feita em 2007, revela dados interessantes. O primeiro deles mostra que a posse de ações por conselheiros (o requerimento de que eles sejam acionistas das companhias) vem crescendo em todo o mundo, atingindo 80% das empresas pesquisadas na Europa e nos Estados Unidos, ante 50% em 2002. A pesquisa identificou que 96% das empresas norte-americanas pesquisadas possuem programas de remuneração variável do conselho e 72% delas adotam exclusivamente as restricted stocks para esse fim. A avaliação regular do conselho é praticada por 92% das empresas norte-americanas, 62% das europeias e 66% das asiáticas. Já a avaliação individual é observada em 45% das empresas norte-americanas, 49% das europeias e 55% das asiáticas.
No Brasil, os conselhos, de maneira geral, não adotam a remuneração variável ou a avaliação do conselho ou dos conselheiros entre suas práticas. Essa é uma importante lacuna a ser corrigida e também uma oportunidade a ser explorada pelas empresas que desejam aumentar a efetividade desse colegiado.
Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.
Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.
User Login!
Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.
Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais
Ja é assinante? Clique aqui