O dia 17 de agosto de 2011 ficou na história da Ultrapar. Ao som de “Aquarela do Brasil”, a empresa celebrou a conversão de suas ações preferenciais em ordinárias e sua adesão ao Novo Mercado — o segmento de listagem com as mais avançadas práticas de governança corporativa da Bolsa. A unificação das classes de papéis aumentou a visibilidade da empresa, incrementou a liquidez das ações e atraiu novos investidores. Também ajudou a Ultrapar a conquistar o segundo lugar no prêmio As Melhores Companhias para os Acionistas 2012, na categoria de empresas com valor de mercado superior a R$ 15 bilhões.
Atualmente, o volume financeiro médio diário das ações da Ultrapar — que atua no setor de distribuição de combustíveis por meio da Ipiranga e da Ultragaz; na indústria química com a Oxiteno; e no segmento de armazenagem para granéis líquidos pela Ultracargo — é 40% superior à média de 2011. As ações ordinárias, por sua vez, acumulam alta de 68% nos 12 meses encerrados em 30 de agosto. Segundo André Covre, diretor financeiro e de relações com investidores da Ultrapar, o ingresso no Novo Mercado tem como meta sustentar o crescimento futuro da empresa. “Esse passo adicional na governança corporativa permite aumentar a nossa capacidade de investimentos. Isso possibilita a concepção de projetos ainda mais audaciosos para os próximos anos”, afirma.
A decisão da família Igel e dos principais executivos de abrir mão do controle absoluto dos negócios para dividir o comando com os outros investidores ajudou a Ultrapar a tirar 6,3 no item de governança, contra os 5,6 da categoria. A nota também foi impulsionada pela exigência, por parte da empresa, de que o conselho de administração tenha pelo menos 30% de membros independentes, acima do percentual de 20% requisitado pelo Novo Mercado.
A nova estrutura de governança corporativa tem convivido com o crescimento operacional e a maior criação de valor para os acionistas. O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado da Ultrapar atingiu R$ 579 milhões no segundo trimestre, alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o lucro trimestral chegou a R$ 234 milhões, 9% maior, em razão da maior geração de caixa. Os bons resultados garantiram à Ultrapar variação positiva de 0,54% no quesito valor econômico adicionado (EVA, na sigla em inglês), acima da mediana da categoria (-0,38%).
A valorização das ações e um dividend yield de 3% sobre os preços do papel no primeiro semestre fizeram com que o retorno econômico por ação (TSR-ke) atingisse 39,15%. “A forte geração de caixa da Ultrapar, a sólida posição financeira e a disciplina na alocação de capital têm permitido distribuição de dividendos todos os anos desde a abertura de capital, sem prejuízo dos investimentos no crescimento dos nossos negócios”, diz Covre.
O retorno econômico por ação (TSR-ke) da Ultrapar atingiu 39,15%
A Ultrapar tem investido em aquisições no Brasil e no exterior — um movimento que poderá continuar, já que seu grau de alavancagem é baixo. Hoje, a relação entre dívida líquida e Ebitda está em 1,6 vez. “Estamos sempre avaliando oportunidades de aquisições. Priorizamos oportunidades no Brasil nos segmentos de distribuição de combustíveis e de armazenagem de líquidos; e no exterior, na área de especialidades químicas”, assinala o executivo.
Em junho de 2012, a Ultracargo adquiriu um terminal de granéis líquidos no Porto de Itaqui, perto de São Luiz, no Maranhão, permitindo o ingresso da companhia em um novo segmento. Avaliado em R$ 160 milhões, o terminal tem capacidade de 55 mil metros cúbicos e potencial de expansão para mais 78 mil. No Uruguai, por cerca de US$ 80 milhões, a Oxiteno comprou uma empresa de especialidades químicas com capacidade produtiva de 81 mil toneladas anuais, que mantém uma rede de logística eficiente para exportações e atendimento aos países do Cone Sul. Já nos Estados Unidos, adquiriu por US$ 15 milhões uma planta da Pasadena Property no Estado do Texas, um dos mais importantes centros mundiais de produção de químicos.
“Os Estados Unidos voltaram a ser o principal destino mundial de novos investimentos na área de óleo e gás após o recente desenvolvimento de tecnologias para exploração do gás de xisto, que se provou altamente competitiva em custo e disponibilidade”, ressalta Covre. “A infraestrutura de Pasadena permite ainda sua utilização como plataforma para futuras expansões no país”, acrescenta. Segundo o executivo, a estratégia de internacionalização da Oxiteno, braço da Ultrapar na indústria química, está baseada em um tripé: buscar matérias-primas com preços competitivos, mercados mais amplos e possibilidade de ganhos com o desenvolvimento cruzado de produtos, tecnologias de processo e relações com clientes globais.
Para a analista Paula Kovarsky, do Itaú BBA, a Ultrapar se destaca pela boa gestão. “O bom desempenho reflete a excepcional capacidade da companhia de cumprir suas promessas e sua resiliência ante a retração econômica. Essas características constituem exatamente o que os investidores estão procurando no momento atual”, explica.
Listada no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa, a Ultrapar tem avançado também na adoção de práticas sustentáveis em sua linha de produção e operação. Uma dessas iniciativas é o posto ecoeficiente, projeto desenvolvido, desde 2007, pela rede de postos Ipiranga. O programa soma várias ações que resultam em um menor consumo de recursos naturais e de energia, como, por exemplo, a reutilização de água da chuva, o uso de lâmpadas e reatores mais eficientes e o aproveitamento da luz solar para aquecimento da água.
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