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Plugada no futuro
Quinta maior geradora de energia do País, EDP investe em postos de abastecimento de veículos elétricos

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Dona de duas distribuidoras de energia elétrica — que atendem quase cinco milhões de consumidores em São Paulo e no Espírito Santo —, a EDP Energias do Brasil prepara-se para ter uma ampla rede de postos de abastecimento de veículos elétricos no País. A investida inicial ainda é discreta, com projetos piloto de postos que recarregam, hoje, apenas bicicletas elétricas. Mas a tacada é estratégica. Afinal, esses mesmos postos já estão sendo montados com tecnologia para carregar baterias de motos, carros e outros veículos.

No curto prazo, a ação não gera ganhos volumosos, mas mostra a preocupação da EDP em ter uma pegada sustentável. Veículos elétricos são menos agressivos ao meio ambiente e, por isso, despontam como a salvação da indústria automobilística. Em todos os cantos do planeta, há montadoras testando seus modelos. Mas, no futuro, a aposta da EDP poderá surtir efeitos importantes na última linha do balanço. Estima-se que, até 2020, os carros elétricos e híbridos responderão por 20% da frota mundial, segundo a montadora de automóveis francesa PSA Peugeot. Até lá, a EDP planeja estruturar uma robusta rede para satisfazer essa nova freguesia. Encher o tanque, na nova era, será plugar a bateria numa tomada.

Para aderir à onda da mobilidade elétrica, a EDP optou pelo caminho das parcerias com o governo de cidades onde estão localizadas suas áreas de concessão. A estreia foi no começo do ano passado, quando se uniu ao governo capixaba numa iniciativa inédita no Brasil: doou 45 bicicletas elétricas que substituíram parte da frota de motocicletas utilizadas pela Polícia Militar local. Com a marca Pro X, as bicicletas passaram a ser usadas no patrulhamento e na manutenção da segurança em áreas da orla da praia de cinco cidades (Vitória, Vila Velha, Serra, Guarapari e Cariacica). Suas baterias são recarregadas em dez postos com a bandeira EDP instalados em pontos estratégicos dessas regiões. A recarga é feita em uma tomada normal, com tensão de 127 volts, semelhante à de um aparelho eletrônico. Uma bicicleta é totalmente abastecida em seis horas. Nesse caso, o insumo é fornecido pela Escelsa, distribuidora de energia elétrica do Espírito Santo, controlada pela EDP, que atende 78 municípios e 3,4 milhões de pessoas. Pelos termos da parceira, quem paga a conta é a própria EDP.

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Desde o lançamento do projeto, em janeiro do ano passado, a companhia já doou 90 bicicletas e instalou 20 postos dedicados ao abastecimento de veículos elétricos, no Espírito Santo e em São Paulo (nas cidades de Guarulhos, Mogi das Cruzes e São José dos Campos). Além da Escelsa, a EDP é dona da Bandeirante, concessionária de energia elétrica que atua em 28 municípios do Estado de São Paulo, nas regiões do Alto do Tietê e do Vale do Paraíba, e atende 1,4 milhão de consumidores.

Segundo Antonio Laporta, diretor de estratégia de inovação da EDP, a companhia avalia, neste momento, formas de ampliar o número de estações de recarga. O modelo desenvolvido no Brasil foi inspirado no plano piloto que a sua controladora fez em Portugal, em 2008. Lá, o grupo EDP — que é estatal — criou uma rede com seis pontos de carregamento de veículos elétricos em Lisboa. A inauguração ocorreu durante a “Semana Europeia da Mobilidade”, realizada de 20 a 22 de setembro daquele ano. Nesse período, a rede esteve aberta ao público em geral. Depois, o uso ficou restrito à frota de veículos da Polícia Municipal de Lisboa e da EDP.

Por meio de uma parceria com a Mobi.E, rede portuguesa de carregamento inteligente para a mobilidade elétrica, a EDP planeja instalar postos de recarga por todo o território português nos próximos dois anos. A EDP também tem apostado na aquisição de uma frota de carros elétricos para estimular o uso desses veículos em sua terra natal: já conta com 12 carros elétricos e 39 híbridos, que evitam a emissão de 3,5 toneladas de CO2 para a atmosfera.

No Brasil, o conceito sustentável ainda está restrito às duas rodas. As bicicletas são impulsionadas por motores elétricos alimentados por baterias acopladas ao compartimento traseiro, recarregáveis a cada 30 km percorridos. Cada uma consome, em média, 0,8 kWh — o correspondente ao gasto de uma lâmpada incandescente de 100 watts. As bicicletas chegam a atingir 25 km por hora, e seu uso é como o de uma bicicleta convencional quando desligada a bateria. Há, no mundo, modelos que vêm sem pedal.

Apesar de embrionária, a mobilidade elétrica faz parte do projeto “EDP 2020”, colocado em prática no Brasil no ano passado. No mundo, a EDP Energias de Portugal tem capacidade instalada de quase 22 mil MW e seu faturamento somou € 14,2 bilhões em 2010, com lucro de € 3,6 bilhões.


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