Janeiro é tempo de reflexão, busca de autoconhecimento e crescimento espiritual. Ano após ano, embarcamos em uma revisão mental do que f izemos, por que fizemos, o que deu certo, o que não deu e por quê. Coincidentemente, a resenha do mês trata desse tema, do ponto de vista organizacional . Em As cinco perguntas essenciais que você sempre deverá fazer sobre sua empresa, somos convidados a uma auto-avaliação, a partir de um processo aperfeiçoado por Drucker ao longo de seus 75 anos de contribuição para o campo da administração.

Em 1993, Peter Drucker lançava As cinco perguntas mais importantes que deve fazer à sua organização sem fins lucrativos. Agora, a semelhança nos títulos não é casual: o Leader to Leader Institute, que lançou a obra, promove uma amálgama de textos de Drucker e comentários de outros gurus como Jim Collins (Empresas feitas para vencer) e Philip Kotler. A introdução dos cinco principais capítulos é extraída da obra original de Drucker, para então ser contextualizada no ambiente de negócios pelos demais contribuidores. Vamos às cinco perguntas:

• Qual é nossa missão? – O que dá significado à organização.

• Quem é nosso cliente? – Qual o público que a organização quer servir.

• O que o cliente valoriza? – Quais as necessidades e os anseios do público que a empresa escolheu servir.

• Quais são os nossos resultados? – Como avaliar se a organização tem sucesso na proposta de servir aos seus clientes (metas e medidas para o acompanhamento de desempenho).

• Qual é o nosso plano? – Uma vez identificados o cliente e suas necessidades, e estabelecido o parâmetro para aferir o sucesso, qual o caminho que escolhemos para a jornada.

Assim como remédios vêm com bula para detalhar para que servem e como usá-los, alguns livros deveriam agregar uma breve descrição sobre sua “posologia”. Aqueles que esperarem um livro denso de ensinamentos e exemplos certamente ficarão frustrados com a falta de profundidade. A obra, pouco mais que um “livro de bolso”, provavelmente será mais útil aos que buscam alguma inspiração para promover uma revisão estratégica, além de um roteiro básico sobre como fazê-lo.

“O que importa é a jornada, não o destino” já diria um nobre desconhecido. Nesse caso, Drucker é enfático: as escolhas estratégicas são secundárias. O que importa é passar pelo processo de revisão de forma holística, a partir da missão da organização. É esse processo que tem a capacidade de produzir transformações e liberar o potencial empreendedor das empresas. Daí a importância da auto-avaliação seguida de mobilização. Lembremo-nos de que, se fizermos tudo sempre igual, não poderemos esperar resultados diferentes.

As cinco perguntas essenciais que você sempre deverá fazer sobre sua empresa
Peter Drucker
Editora Campus
160 páginas
1ª edição – 2008