O Centro de Estudos em Governança Corporativa (CEG) da Fipecafi lançou, em julho, extenso estudo sobre operações com partes relacionadas (RPTs, na sigla em inglês) — o primeiro do gênero no País. Um dos principais achados do trabalho, que analisou dados de 49 empresas no ano de 2006, foi a associação entre a incidência de RPTs e a qualidade da governança, ou seja, as empresas com mecanismos de governança mais deficientes recorrem às RPTs com maior frequência.

Nas empresas com melhores níveis de governança, as RPTs representaram, em média, 6,8% da capitalização de mercado, contra 48,8% no grupo de empresas com governança inferior. O grupo de “alta governança” apresentou uma média de 5,2 RPTs em 2006, contra 6,9 do time de “baixa governança”.

Nas companhias com maior proporção de conselheiros indicados por minoritários, a relação entre as RPTs e a receita operacional foi de 18,8% em média, contra 51,5% para o grupo de empresas com menor concentração desses conselheiros. As transações de maior incidência foram prestação de serviços (49% das empresas), empréstimos (42,9%), concessão de aval ou garantias (32,7%) e locação de imóveis (24,5%).

Em relação aos montantes envolvidos, as RPTs representaram cerca de 4,5% da receita operacional líquida anual, 3% dos ativos e 1,8% do valor de mercado (considerando a companhia posicionada na mediana da amostra).