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O interesse é mútuo

Há cinco anos, quando as companhias brasileiras redescobriram o caminho para se comunicar com o mercado de capitais, muitos estavam céticos. Já tinham visto esse filme antes e não apostariam suas fichas, assim, tão fácil. Mas a realidade se provou mais feliz que as expectativas, e uma série de companhias foi à bolsa de valores para buscar recursos, entre novas e já listadas, entre bons negócios e outros nem tanto.

O entusiasmo foi interrompido pela crise de crédito norte-americana. Muita gente achou que o diálogo entre as companhias brasileiras e a bolsa de valores estava, mais uma vez, encerrado. Mas a visão de que o desenvolvimento do Brasil passa, obrigatoriamente, pelo mercado de capitais — e de que essa já era, àquela altura, uma parceria consolidada — prevaleceu.

O País se deu bem na crise. Investidores estrangeiros, diante das fragilidades dos mercados desenvolvidos, se voltaram para os emergentes. De novo, ficaram encantados com o Brasil, com a força do seu mercado interno e sua posição privilegiada no comércio internacional. Os aplicadores nacionais também não fizeram feio. Aproveitaram a queda das ações para comprar mais. Ou, no caso dos individuais, aguentaram firme a reviravolta da bolsa de valores. O apetite de estrangeiros e nacionais reabriu a janela de captação para as companhias brasileiras.

O ambiente é fértil para a reaproximação entre emissores e investidores. E o interesse é mútuo. Investidores querem um mercado com boas empresas e estabilidade institucional. Companhias precisam crescer e estão cheias de planos. Empresários buscam uma nova chance de vender suas participações acionárias em ofertas secundárias. Só falta sentar e negociar. E essa é a parte difícil. A pior crise financeira desde o crash de 1929 desfalcou poupanças nos quatro cantos do mundo. Investidores querem pagar menos por ativos com mais qualidade. Mudaram os termos do diálogo, e somente um grupo seleto de emissores poderá ser beneficiado.

Apesar das dificuldades, é fato que, ao primeiro sinal de bem-estar econômico, o mercado de ações voltou a pulsar no Brasil. O movimento de 2004 não era, portanto, uma moda passageira, mas uma alternativa consistente de capitalização das companhias. A abrangência desse canal nesta nova fase dependerá, agora, da postura dos investidores. A experiência mostra que, com mais dinheiro na praça, eles relaxam nas exigências quanto ao tamanho das companhias, seu repertório e suas práticas de governança. Quando o cobertor fica curto, tiram da gaveta a lupa criteriosa que supostamente deveriam usar ao avaliar qualquer decisão de investimento.
Empresários, por sua vez, precisarão repensar a que preço estão dispostos a vender ações. Sem dúvida, as perspectivas para o cenário econômico mundial serão um elemento crucial nas planilhas de cálculo das duas partes.


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