O serviço de formador de mercado (market maker) chegou a ser dispensado por várias companhias que queriam reduzir custos durante a crise financeira de 2008. Mas voltaram com força este ano e já atraem novas instituições financeiras interessadas em prestar o serviço. A função do market maker é manter ofertas permanentes de compra e venda para os papéis, provendo liquidez e estabilizando os preços.

As novatas são a Itauvest DTVM, do Itaú BBA, e a XP Investimentos. Das 12 companhias que contrataram um formador de mercado ou trocaram o seu nos meses de outubro e novembro, 11 contrataram o serviço de uma delas — BR Malls, Gafisa, BR Properties, Cyrella Realty e Direcional ficaram com Itauvest; e MPX, BHG, Trisul, General Shopping, Brasil Ecodiesel e Panamericano, com XP.

Os nomes tradicionais ainda dominam o mercado. O BTG Pactual mantém contrato com 25 companhias, o que representa 26,8% dos 93 ativos de renda variável que atualmente contam com market maker. Em seguida, aparece o Credit Suisse, com 19 clientes. A julgar, contudo, pela rápida expansão dos novos players, a zona de conforto dos líderes pode estar ameaçada. “Estamos fazendo prospecção ativa”, avisa Henrique Loyola, sócio-diretor da XP.
A corretora carioca confirma o assédio a companhias que já possuem outros market makers. “Convencemos (as empresas) de que temos um bom serviço, uma base ampla de clientes de varejo e uma mesa de derivativos que pode incrementar ainda mais a liquidez dos papéis”, afirma Loyola, que tem quatro novos contratos em negociação. Outra instituição que estreou recentemente na função de market maker é a Indusval. Ela atua especificamente na manutenção de liquidez de 11 programas de Brazilian depositary receipts (BDRs) não patrocinados.