O mais famoso código de governança do mundo, o Combined Code, está ganhando novos adeptos. Em 2009, 141 companhias do índice FTSE 350 (47%) afirmaram estar em conformidade total com ele, contra 132, ou 44%, em 2008. O resultado consta de pesquisa publicada em fevereiro pela Grant Thornton, com base em 299 companhias pertencentes ao índice.

O estudo ressalta, porém, que há uma lacuna entre as empresas que afirmam cumprir integralmente o código e aquelas que, de fato, fornecem todas as explicações necessárias para mostrar que atendem às práticas sugeridas pelo Combined Code (apenas 41). A Grant Thornton atribui essa diferença, principalmente, à dificuldade que algumas companhias têm em entender o que recomenda o código do que a uma falha de governança corporativa em si. “Além disso, analisando individualmente as companhias, percebe-se que aquelas que se consideram em conformidade, mas não estão, deixam de atender a uma ou duas disposições”, afirma o relatório. Também aumentou o número de empresas que explicam, detalhadamente, os motivos para o não cumprimento de determinadas disposições do Combined Code. Em 2009, 68% das empresas apresentaram suas razões, contra 66% em 2008, aponta o estudo.

Diante desses dados, o relatório lança a pergunta: será que podemos dar o trabalho como encerrado ou, à luz das recentes falhas nos conselhos de administração, devemos concluir que o código não atingiu seu objetivo? A resposta, de acordo com a GrantThorton, talvez se encontre entre essas duas questões. Com um nível tão alto de obediência, agora é o momento de as empresas recalibrarem suas boas práticas, subindo a régua. O desafio para o Financial Reporting Council (FRC), que revisa constantemente o código, permanece o mesmo: fazer com que as companhias tratem as disposições do código não apenas como itens a serem cumpridos, mas como uma proposta de comportamento.