Os reguladores da Itália, Espanha e França baniram, até o fim de setembro, a venda a descoberto de ações — conhecida, em inglês, como short selling — de instituições financeiras. A proibição, que começou em 11 de agosto e deveria acabar no mesmo mês, foi prolongada em razão da volatilidade do mercado europeu.

Alvo frequente de críticas dos reguladores por amplificar o potencial de danos ao mercado em situações de crise, o short selling chamou a atenção da França após uma queda brusca na cotação das ações dos bancos locais. Os papéis do Société Générale, por exemplo, caíram 15% em um único dia. Diante desse cenário, a França anunciou, inclusive, que pode estender a proibição à venda a descoberto até novembro, caso a instabilidade das ações continue intensa.

O short selling envolve, geralmente, a venda de uma ação que o investidor pegou emprestada. Ao fazer esse tipo de operação, ele espera vender o papel na alta e comprá-lo, depois, na baixa. Um levantamento feito pela Data Explorer, provedora de dados financeiros, revelou, porém, que, em média, apenas 2,35% das ações de cada banco europeu estão emprestadas — uma informação preciosa para os críticos da proibição da venda a descoberto.