A regulamentação indiana impõe restrições à negociação de depositary receipts (DRs) de suas companhias em outros países. Elas não podem, por exemplo, registrar-se em um programa nível 1, categoria que permite negociação apenas no mercado de balcão, sem captação de recursos. Para o BNY Mellon, principal depositário de DRs do mundo, isso deveria mudar.

De acordo com o banco, muitos investidores internacionais gostariam de investir em empresas indianas por meio de American depositary receipts (ADRs). Dos 386 programas de DR indianos, apenas 12 incluem listagem em bolsas dos Estados Unidos — dois deles na Nasdaq e dez na Nyse. Muitos estão listados em Luxemburgo, Londres ou Cingapura, e alguns fazem parte da plataforma Portal, da Nasdaq, que permite apenas a negociação de ativos entre investidores qualificados.

O BNY Mellon apresentou essa conclusão em um relatório sobre como facilitar os investimentos no país. Em nota à imprensa, Gregory Roath, diretor de DRs para a região Ásia-Pacífico, disse que “muitos investidores preferem a familiaridade e a conveniência dos DRs, não podem investir diretamente e não podem ou não querem usar derivativos”.

As recomendações incluem várias exigências para a negociação de ADRs no mercado de balcão — dentre elas, não restringir os direitos de voto dos detentores de DRs. Em 2012, o governo indiano lançou a Qualified Foreign Investor Initiative, programa para atrair aplicadores estrangeiros. Mas, de acordo com a revista Inside Investor Relations, muitos investidores consideram essa alternativa complexa e burocrática.