“O Brasil não vai ser inundado por uma enxurrada de dinheiro só por causa do grau de investimento.” A frase de Marcelo Carvalho, economista-chefe para o Brasil do Morgan Stanley, foi uma amostra das opiniões cautelosas emitidas em um seminário no dia 9 de abril. O encontro, com presença da Standard & Poor´s (S&P) no Brasil, ocorreu semanas antes do anúncio do investment grade pela agência de rating, que ocorreu no último dia do mês. No data em que a dívida de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira passou para a categoria BBB , a Bovespa fechou com a maior alta desde 2002, de 6,33%.
A moderação está ligada à recessão norte-americana, que não vai poupar os emergentes e pode minimizar o impacto do grau de investimento no País, segundo o economista do Morgan Stanley. Outro inibidor dos efeitos do selo é a agenda microeconômica, que ele acredita ser um grande entrave para o desenvolvimento do Brasil. “O efeito simbólico é importante, mas não se deve esperar grandes saltos”, alerta ele.
Devido à espera pelo selo, uma parcela da valorização potencial dos ativos já tinha sido incorporada, observa Felipe Cruz, sócio da Argucia Capital Management. A grande mudança, avalia, será sentida no longo prazo, com a redução no custo de captação das empresas. “Principalmente para as companhias que não tinham grande acesso a capital, o ganho vai ser importante, por trazer maior facilidade com preços mais atraentes.”
Otimista, o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas, William Eid Júnior, acredita que o mercado se beneficia do rating da S&P imediatamente. “Dois fatores vão se somar ao impacto do grau de investimento: o crescimento da economia americana, de 0,6%, duas vezes maior do que o esperado, e a sétima redução consecutiva da taxa de juros do Federal Reserve (o banco central americano)”, diz ele, referindo-se às duas outras notícias positivas divulgadas no mesmo dia do grau de investimento.
Na perspectiva do professor, o rating deve abrir caminho para eurobonds mais baratos e para o aporte imediato de recursos de fundos de pensão estrangeiros que se guiam pelos ratings. “Se não vier nada de diferente nos próximos meses, estamos entrando numa espiral ascendente.” Para Eid, o movimento natural do mercado é que a Fitch e a Moody’s, as outras duas principais agências de classificação de risco, elevem o País a grau de investimento em breve.
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