Questões de cunhos social, ambiental e de governança corporativa (ESG, na sigla em inglês) continuarão na mira de investidores, gestores de recursos e companhias de países emergentes, mesmo depois do abalo financeiro de 2008. Essa é a principal conclusão do relatório Sustainable Investing in Emerging Markets — Unscathed by the Financial Crisis, divulgado em agosto pela International Finance Corporation (IFC), uma empresa do Banco Mundial. O estudo compara dois momentos em que a percepção de risco e as perspectivas do mercado eram totalmente distintas — em 2007 e em março deste ano — para comprovar que a avaliação da sustentabilidade dos investimentos segue em alta.
Investidores reforçaram a ideia de que os critérios ESG são parte importante de seus processos de pesquisa, seleção e gestão de carteiras. Na amostra de 2009, 46% dos entrevistados concordaram com a afirmação, enquanto em 2007 eram apenas 36%. Para mais de 40% deles, a crise financeira também aumentará a relevância desse tema, especialmente no longo prazo. Apenas 10% dos entrevistados consideraram que o abalo reduziria o foco dos investidores em ESG.
O relatório sugere soluções para estimular a adoção de critérios de investimento responsável entre os emergentes. Dentre elas, o aperfeiçoamento do disclosure, a produção de pesquisas sobre a importância da sustentabilidade no desempenho das companhias e melhorias na regulamentação. Segundo Wai-Shin Chan, analista do JP Morgan ouvido pela IFC, é preciso que mude também a mentalidade dos investidores, focados em aspectos operacionais e presos às perguntas sobre a estrutura de capital. “Não se pode sair de uma reunião sem saber algumas informações sobre sustentabilidade.”

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Leia o estudo Sustainable Investing in Emerging Markets – Unscathed by the Financial Crisis, divulgado pela IFC