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Início de ano agitado

O ano começou movimentado para o mercado de capitais. Nada de emissões domésticas por enquanto, mas, no exterior, empresas vêm captando recursos em ritmo acelerado. Apenas nas três primeiras semanas de janeiro, as emissões de títulos no mercado internacional somavam cerca de US$ 2 bilhões. Tudo a prazos bem razoáveis, taxas atrativas e muita demanda dos investidores, quase sempre acima dos volumes previamente estabelecidos.

Embora as novidades tenham ficado restritas às emissões externas, continua forte a sensação de que esse será o ano da retomada dos lançamentos de títulos no mercado doméstico e até da entrada de novas empresas na bolsa. A ALL Logística chegou a declarar suas intenções de abrir o capital e há fortes rumores, ainda não confirmados oficialmente, de que a fabricante de comésticos Natura virá finalmente a mercado em 2004.

Importante passo para facilitar as emissões foi dado pouco antes da virada do ano. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reformulou a defasada instrução de 1980 que regulava as ofertas públicas e modernizou essas operações. Permitiu às companhias reduzir custos com publicações legais em veículos de grande circulação, passou a exigir mais transparência nas informações relacionadas às ofertas e formalizou a necessidade de maior comprometimento dos intermediadores.

Atentas ao ambiente promissor para a retomada das emissões este ano, as corretoras independentes uniram-se para recuperar o espaço perdido para os grandes bancos. Montaram um grupo de trabalho, estudaram as potenciais candidatas e saíram à caça de oportunidades para coordenar emissões menores e atender um nicho de companhias que ainda está fora da mira dos bancos.

Mas enquanto as esperadas emissões não chegam, assiste-se à evolução de uma nova alternativa para levantar recursos no mercado de capitais doméstico. Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (conhecidos pela sigla FIDCs) proporcionam custos atrativos de captação e permitem às companhias endividadas financiar-se sem inflar seus passivos e utilizando- se de créditos obtidos na própria operação.

A decolagem surpreendente dos FIDCs quase sofreu um revés com o mais recente escândalo corporativo deflagrado por administradores sem escrúpulos. A Parmalat havia captado recursos através de um FIDC em novembro, pouco antes de vir à tona a fraude contábil que prejudicaria milhares de investidores. Mas a estrutura de segregação de riscos foi bem sucedida e os cotistas puderam liquidar o fundo recebendo o que lhes era devido.

A crise na Parmalat, contudo, não parece tão fácil de ser solucionada. Em uma fraude surpreendente pela simplicidade com que foi armada, a companhia enganou investidores, auditores, bancos de investimento e reguladores. Surpreendente também que, depois de tanto se falar de governança corporativa nos últimos anos, investidores não tenham atentado para as deficiências de gestão que, ao contrário da fraude, estavam explícitas.


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