IFRS causa reprovação em provas da Apimec

Os contadores de companhias abertas brasileiras foram os primeiros a sentir a revolução trazida pela adoção dos International Financial Reporting Standards (IFRS), normas internacionais de contabilidade obrigatórias a partir dos balanços de 2010. Agora, é a hora de os analistas de investimentos absorverem a novidade. Se, para os já calejados, isso significa mais horas de trabalho interpretando tantas notas explicativas e mudanças, para os novatos, o assunto tem atrapalhado até a obtenção de licença para o exercício da profissão. Os IFRS são apontados pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) como a principal causa de reprovação nas provas de certificação desses profissionais.

As questões sobre as novas normas contábeis têm apresentado menos de 50% de acerto. “Sentimos um aumento no número de erros depois que começamos a abordar os IFRS, mas não tem como ler um balanço sem saber isso”, diz Francisco D’Orto, gerente de certificação da Apimec.

Em busca da permissão para assinar relatórios de análise estão principalmente economistas, administradores de empresa, contadores, engenheiros de produção e matemáticos. Em alguns desses cursos, a contabilidade não faz parte do currículo. Mas o fato de ter essa disciplina na grade não é garantia de contato com os IFRS. Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec São Paulo, acredita que um dos motivos do mau desempenho é a academia, pois várias universidades ainda não incorporaram a nova realidade a seus currículos de graduação e pós-graduação. “Mesmo que as normas internacionais tenham sido mencionadas, em diversos cursos não houve desenvolvimento do tema”, comenta.

A Apimec, entretanto, não está imune a críticas. A não divulgação das questões de provas anteriores dificulta o estudo dos postulantes e a elaboração de cursos específicos, pontua o professor de finanças do Insper, Ricardo Almeida. O acadêmico também estranha que muitos daqueles que se saem mal em IFRS obtenham boas pontuações no restante. “Ou a Apimec está cobrando conteúdos específicos demais, o que é desnecessário, ou os inscritos têm uma falha no aprendizado contábil.” D’Orto argumenta que a entidade não tem a obrigação de apresentar as provas ao público, mas pretende fazê-lo assim que dispuser de um banco de questões maior. Ele acrescenta que as perguntas, elaboradas por professores de instituições como FGV, USP e Fipecafi, são baseadas nos livros indicados na bibliografia.


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