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Há muito por fazer

Não há mais dúvidas de que 2009 será um ano apático para as ofertas de ações. Mas isso está longe de diminuir a sua importância para o mercado de capitais brasileiro. A história mostra que vale a pena aproveitar os períodos de entressafra para fazer pequenas ou até grandes reformas. Depois da avalanche de novidades dos últimos anos, sobram itens na agenda carecendo de reparos.

No campo das relações entre acionistas, as poison pills requerem uma atenção especial. Estatutos sociais assustadoramente mal redigidos começam a abrir brechas para interpretações distintas e a gerar insegurança no mercado. Elaboradas em doses perigosas, algumas pílulas já incomodam seus próprios inventores — os acionistas controladores que as receberam nos estatutos sociais de suas companhias, mas agora adorariam ter mais liberdade para atrair o aporte de um novo sócio; e os bancos de investimento que, sem os IPOs, se deparam com potenciais negócios de fusões e aquisições limitados pelo veneno que eles mesmos criaram. Por falar nos bancos, 2009 é um bom momento para aparar os conflitos de interesses que emergiram com as ofertas
de ações. IPOs precedidos de empréstimos para turbinar as operações dos clientes não fizeram nada bem à imagem dessas instituições.

No campo da governança corporativa, a lista vai longe. Os escândalos dos derivativos nos balanços do terceiro trimestre, após a disparada do dólar, deixaram claro que os controles de riscos ainda estão muito mal alicerçados. Até mesmo os conselheiros de administração, que deviam ser os primeiros a levantar a bandeira vermelha para essas operações suicidas, estimularam as empresas a fazê-las. Será que tinham exata noção do risco a que estavam se expondo? Se a resposta for negativa, faltou-lhes alguém que tivesse não apenas clareza sobre os perigos dessas operações, como também independência e poder para interrompê-las. Por independência, entenda-se, em primeiro lugar, uma remuneração baseada em premissas diferentes daquelas que incidem sobre os bônus dos demais executivos.

Sob a trégua dos IPOs, 2009 é a oportunidade de um Novo Mercado mais moderno e adequado ao que companhias e investidores entendem como as melhores práticas de governança. Para o regulador, abre-se um espaço para apertar a fiscalização e aprimorar a transparência das informações. A agenda das companhias também é convidativa. Chegou o momento de adaptar os balanços às normas internacionais de contabilidade (IFRS) e, tão importante quanto, comunicá-las bem aos investidores e analistas. Para os RIs, principalmente os novatos que pegaram o bonde andando em velocidade de cruzeiro, essa é a hora de rever as práticas de comunicação. Buscar uma linguagem cada vez mais clara e acessível, melhorar o atendimento e batalhar por um papel mais estratégico dentro das suas companhias são desafios a serem superados.

Por mais que os agentes de mercado tenham rebolado nos últimos anos para atender ao cenário de exuberância trazido pela farta liquidez internacional, ficou muita coisa por fazer. Esse é o momento certo para colocar a lição de casa em dia.


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