Guerreira na web
Sobrevivente no mundo das pontocom, Bolsa de Mulher fisgou a Ideiasnet, mas ainda luta para conquistar números azuis na última linha do balanço

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Em 2011, o portal Bolsa de Mulher soprou 11 velinhas. Pode não ser muito tempo de vida para uma companhia de um setor tradicional, mas é, sem dúvida, uma vitória para um empresa nascida apenas dois anos antes do estouro da bolha de internet, em 2002. O Bolsa de Mulher não só sobreviveu a esse período conturbado, como conseguiu atrair investidores para seu negócio. Em 2006, a Ideiasnet comprou 27% do capital da companhia por R$ 100 mil. Um ano depois, aumentou a participação para 93%. “O Bolsa de Mulher precisava de capital e sabíamos que iria dar retorno num horizonte de longo prazo”, afirma Michael Nicklas, conselheiro da empresa indicado pela Ideiasnet. Dois fatores incentivaram o investimento no Bolsa de Mulher. Primeiro, o pujante mercado de internet no Brasil e, segundo, o poder de influência feminino na tomada de decisões de consumo, tanto no mundo real como no virtual. Estima-se que, atualmente, haja 30 milhões de usuárias de internet no País, das quais cerca de 11 milhões compram produtos pela rede.

Experiências bem-sucedidas nos Estados Unidos encorajaram a Ideiasnet. Sites exclusivos para o público feminino, como o Glam.com e o Sugar Inci, são populares por lá. Assim como o Bolsa de Mulher, produzem conteúdos focados no público feminino nas áreas de saúde, família, relacionamentos, moda e entretenimento.

Quando a Ideiasnet adquiriu o controle do portal, ele ainda era uma startup, apesar de já ter seis anos. Todos os seus esforços eram voltados para a mera sobrevivência. Não havia uma estrutura comercial que permitisse atrair anúncios para o site. Diante disso, a preocupação inicial da Ideiasnet foi ajudar o Bolsa de Mulher a criar uma força de vendas de anúncios e estabelecer a marca. Na parte de gestão, auxiliou a empresa a estruturar os departamentos comercial e jurídico, a montar um conselho de administração e a criar um comitê de remuneração para regular o programa de opções de ações a que têm direito alguns executivos.

Depois, os esforços se voltaram para aumentar o leque de serviços e gerar outras possibilidades de negócio. O site precisava se diferenciar do conteúdo dos portais de grande audiência, que também abarcam os interesses das mulheres. O primeiro passo foi lançar a Sophia Mind, para atuar na área de pesquisa e inteligência de mercado sobre mulheres. “Há pouca pesquisa voltada ao público feminino na internet, e nós temos acesso a milhões de usuárias”, diz Nicklas. Outra invenção foi a Pink Ad Network, uma rede que se propõe a ser o contato publicitário de diversas blogueiras com agências de publicidade. Quando o negócio é fechado, a Pink fica com um percentual da receita do anúncio publicado no blog.

As novas atividades, contudo, não foram suficientes para que o Bolsa de Mulher se tornasse lucrativo. Em setembro de 2011, pouco antes de anunciar a fusão com a e-Mídia, que deu origem ao GrupoMulher, o portal registrava prejuízo de R$ 2,9 milhões no ano, apesar de ter gerado receita líquida de R$ 7,7 milhões. A maior parte do faturamento do Bolsa de Mulher — 60% — provém da venda de publicidade online, seguida da parte transacional (assinaturas pagas pelos internautas em produtos como o Estrela Guia, de horóscopo), e da geração de conteúdo (como a produção de vídeos que são exibidos em mídia “indoor”).

A união com a e-Mídia, dona dos sites Cyber Cook, Cyber Diet e Vila Mulher, trouxe ótimas perspectivas. O número de visitantes únicos passou de 14 milhões para 17 milhões, e os usuários cadastrados saltaram de 9,9 milhões para 11 milhões. “A fusão foi uma oportunidade de nos consolidarmos no mercado, até por conta da esperada entrada de players estrangeiros”, explica Nicklas. O próprio Bolsa de Mulher estuda, atualmente, a expansão do conteúdo para a comunidade hispânica dos Estados Unidos e para a América Latina, embora o foco deva continuar no mercado brasileiro.

A expectativa é que a audiência dos sites do GrupoMulher aumente 40% este ano graças à fusão, que deve favorecer a migração de usuárias de um site para outro. Com a audiência reforçada, a empresa poderá ganhar mais musculatura e porte, possibilitando que, na hora certa, diante de resultados mais animadores, a Ideiasnet venda sua participação. Após a incorporação da e-Mídia pelo Bolsa de Mulher, a sua fatia passou a ser de 60,39%.


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